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Uma conversa rápida com as aspirantes (nome dado à primeira etapa cursada por quem quer ser freira) Lurdes Proença e Vanessa Silva, 18 anos, Jenyfer Almeida e Kauana Silva, 15, e Andreia Pontes, 16, deixa claro: o matrimônio nunca fez partes dos planos delas. "Quando eu era criança, minha mãe sempre me falava dos dois lados, o do matrimônio e da vida religiosa. Quando ela começava a falar de casamento, eu pedia: Mãe, não fala disso, fala da outra coisa (ser freira)", lembra Vanessa.
Em algumas, a vocação despertou tão cedo que foi impossível realizar o sonho de imediato. "Eu tinha 7 anos e queria ir para o convento. Meu pai até tentou, mas as irmãs diziam que eu era muito nova", conta Kauana, que realizou o desejo aos 13. No caso de Jenyfer, que chegou há pouco menos de um mês ao convento, o desejo foi alimentado pela família. "Minha casa era ao lado de um convento e minha mãe sempre me levava lá. Ela queria que eu fosse uma irmã desde que eu era bebê", revela a menina.
Questionadas sobre a reação das pessoas às suas escolhas, elas falam que é um misto de admiração e provocação. "No colégio, ninguém fala besteira perto da gente. Na rua, há quem nos veja e faça o sinal da cruz", conta Vanessa. "E há quem fique se agarrando na nossa frente, para provocar", emenda Kauana. Entre as maiores dificuldades da vida no convento, de novo, a saudade. "No começo foi difícil, mas agora, quando vou para casa, meu desejo é voltar logo para cá", diz Vanessa.
