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Admar já cumpriu 4 anos de prisão e diz que ouve vozes: “Acho que é o capeta” | Isaildo Santos/Jornal DM
Admar já cumpriu 4 anos de prisão e diz que ouve vozes: “Acho que é o capeta”| Foto: Isaildo Santos/Jornal DM

São Paulo - O pedreiro Admar de Jesus, 40 anos, revelou ontem, em depoimento aos senadores Demós­tenes Torres (DEM-GO), presidente da Comissão de Cons­tituição e Justiça do Senado, e Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI da Pedofilia, que teve relações sexuais com os seis garotos antes de assassiná-los e não apenas com dois, como havia afirmado. Admar também disse como matou, a pauladas e golpes de enxada e martelo, os seis jovens, entre 13 e 19 anos, desaparecidos em Lu­­ziânia (GO), entre 30 de dezembro e 23 de janeiro.

"Eu não quero mais isso pra mim, mas acho que não vou parar de matar, eu não consigo. Preciso de ajuda", afirmou. Admar disse que ouve vozes e que não sente remorso. "Acho que é o capeta: eu fico perturbado, com nervosismo, porque uma coisa fica me atentando a fazer besteira", afirmou. Ele contou que matou duas vítimas a pauladas depois de sair de um culto em uma igreja evangélica. "Eu não consigo me segurar, com essa coisa martelando na minha cabeça." Disse também que pediria perdão às mães das vítimas. "Não fiz por querer mal, foi por dinheiro e por desespero."

Condenado em Brasília por pedofilia, Admar afirmou que receberia R$ 5 mil de uma quadrilha de traficantes que atua também com uma rede de pornografia na internet. "Eles me pagariam por algumas mortes e para filmar atos de sexo com garotos." Um dos meninos mortos seria o intermediário da quadrilha e o teria ajudado a matar as duas primeiras vítimas.

A confissão cria uma situação delicada para o Juizado de Instrução Penal de Brasília, que concedeu liberdade condicional a Admar em 23 de dezembro, após o cumprimento de 4 anos de prisão, supostamente contrariando laudo psiquiátrico que o definia como psicopata. Uma semana depois de solto, ele começou a matar. Natural de Serra Dourada (BA), onde deixou três filhos do único casamento, Admar disse que foi vítimas de abusos sexuais. A polícia tirou Admar de Luziânia, onde ele foi preso no sábado, e o levou para Goiânia.

O caso levantou ontem no Congresso uma discussão sobre um maior rigor para crimes hediondos. A progressão de pena concedida ao pedreiro repercutiu entre deputados e senadores. Há pelo menos 22 projetos na Câmara sobre progressão de pena. Um deles torna obrigatório o exame criminológico no momento do ingresso do preso no sistema, para que os casos de psicopatia sejam identificados e isolados.

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