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Saúde

Não existe antibiótico para variação da bactéria do HU

Caso está sendo considerado um surto, com oito pacientes contaminados

Portões fechados: atendimento no pronto-socorro do HU de Londrina foi restrito por causa da bactéria Klebsiella spp ou Enterobacter | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Portões fechados: atendimento no pronto-socorro do HU de Londrina foi restrito por causa da bactéria Klebsiella spp ou Enterobacter (Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina)

Não existe antibiótico para a variação da bactéria Klebsiella spp ou Enterobacter encontrada em oito pacientes do Hospital Universitário (HU) de Londrina e que levou à suspensão de novas internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e restringiu o atendimento em quase todo o Pronto Socorro (PS) no sábado (18).

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário de Londrina (CCIH) classificou como surto a presença da bactéria no hospital. O HU é considerado de referência e atende mais de 1 milhão de pessoas de três estados.

Como não existe antibiótico para essa variação da bactéria, segundo a coordenadora da CCIH, Cláudia Carrilho, é preciso esperar a reação do organismo, para ver se ele consegue combater o micro-organismo. "Se desenvolver uma infecção, será difícil tratar", afirmou. A bactéria multirresistente pode provocar infecção urinária, pneumonia, além de contaminar o sítio cirúrgico (região do corpo onde se realizou alguma cirurgia) ou apenas ficar hospedada no organismo. "Tudo depende de cada caso. Por enquanto só temos casos de colonização [hospedagem da bactéria]", disse.

Dos pacientes internados na UTI, a CCIH confirmou oito pacientes contaminados sem desenvolver infecções e sete ainda sob suspeita. De acordo com Cláudia, exames serão feitos em pacientes do Pronto-Socorro (PS) na próxima quarta-feira (22) para identificar se há contaminados.

Segundo Cláudia, a bactéria teria entrado no HU no fim de fevereiro, quando um paciente, vítima de um acidente, que esteve internado em Goiás, foi transferido para a cidade. O segundo caso foi registrado no dia 10 de março. "O primeiro paciente foi colocado em isolamento, com precaução de contatos. Achamos que ficaria restrito a esse caso, mas apareceu um outro na UTI. Todas as medidas também foram tomadas", disse.

Isolamento de paciente, lavagem de quarto e do pronto-socorro com produtos químicos foram algumas das medidas preventivas, mas que não evitaram a disseminação do micro-organismo. Segundo ela, a rápida proliferação da bactéria e a superlotação do hospital contribuem para a rapidez do surto. "Não houve falhas do hospital. Mas, com a superlotação, não se consegue fazer a limpeza e desinfecção ideal quando um paciente sai e outro chega", explicou.

Suspensão

A presença da bactéria provocou a suspensão de novas internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e restringiu o atendimento em quase todo o Pronto Socorro (PS) no sábado (18). "A situação é grave porque é um surto. Quando você não tem nada e passa a ter oito casos, isso já é um surto", disse Cláudia, em entrevista coletiva. Segundo ela, uma bactéria parecida já foi identificada no HU, mas esse é um novo tipo.

Os pacientes da UTI serão transferidos para outro local do hospital para que o ambiente seja lavado e esterilizado, a fim de evitar que a bactéria continue se espalhando.

Cláudia informou ainda que o hospital está tomando medidas para evitar que a bactéria se espalhe. "Há risco dela se espalhar pelo hospital. Todos os funcionários e visitantes são orientados a tomar medidas profiláticas", destacou. Além disso, o hospital pediu aos serviços de emergência que só encaminhem casos graves à instituição. O Siate disse que está distribuindo os pacientes atendidos para outros hospitais, de acordo com a capacidade de cada um. Já a enfermeira Sheila Esteves, do Samu, disse que somente o médico Carlos Caviglione poderia informar a situação.

Outros Hospitais

Mesmo com o pedido da direção do HU para que os serviços de emergência não encaminhassem pacientes para outros hospitais, o atendimento é considerado normal tanto na Santa Casa quanto no Hospital Evangélico. De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, por enquanto não foram registrados reflexos, pois durante o fim de semana foi possível fazer um remanejamento de pacientes. Porém, se a interdição durar muitos dias, a assessoria disse que o atendimento poderá ser prejudicado.

O setor de comunicação do Hospital Evangélico informou que os procedimentos estão dentro dos procedimentos normais e uma avaliação da interdição no HU refletirá no transcorrer da semana.

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