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visão

Não tem como escapar do envelhecimento dos olhos

A lente ocular fica mais dura e menos elástica, piorando a capacidade de enxergar de perto. A presbiopia é inevitável e começa entre os 40 e 50 anos

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Tudo no corpo parece travar à medida que a gente envelhece, e os olhos não são exceção. Com o passar dos anos, a lente do olho se torna mais dura e menos elástica. O resultado é uma piora gradual da capacidade de focalizar objetos que estão perto, a chamada presbiopia. Não há como escapar dela. Dieta e exercícios – as armas preferidas dos que hoje chegam aos 60 anos ou mais para afastar problemas de saúde relacionados à idade – não surtem efeito.

A presbiopia começa geralmente entre os 40 e os 50 anos, quando as pessoas começam a perceber que têm dificuldade para discar um número no celular ou ler um livro. Nos 20 anos seguintes, mais ou menos, os olhos continuam a perder sua capacidade de zoom. Aproxi­madamente aos 65 anos, muitas vezes essa ação já se tornou impossível. "É como ter uma câmera sem o recurso multifocal", explica Rachel Bishop, chefe do serviço de consultas do Instituto Nacional dos Olhos dos Estados Unidos.

Há cerca de quatro anos, Freda Dallas reparou que vinha tendo dificuldades para ler e ajudar seu filho com a lição de casa. Aos 51 anos, Freda trabalha como terapeuta de visão para crianças, tentando corrigir estrabismo e outros problemas de seus pacientes, na Faculdade de Optometria da Ohio State University, em Columbus, nos EUA. Ela soube de imediato qual era o problema. "Ficava tentando negar", conta.

Até então, a terapeuta usava lentes de contato normais para aliviar sua miopia severa. Ela não queria mudar para óculos com lentes bifocais. Certa vez, durante uma aula de dança, seus óculos voaram e ela não conseguiu encontrá-los sem a ajuda dos colegas. Precisava de alguma coisa que não saísse voando assim.

Multifocais

O optometrista de Freda sugeriu lentes de contato multifocais, que corrigem problemas de visão tanto de longe quanto de perto. Ela experimentou e adorou. Essas lentes são mais caras do que as normais ou do que óculos bifocais, pois devem ser substituídas a cada duas semanas, ao custo de cerca de R$ 2 mil reais por ano, incluindo o líquido para limpeza. Mas vale a pena. "São muito confortáveis, e me rendi a elas", diz.

Como muitas pessoas, assim que reparou que estava tendo problemas para ler, ela tentou compensar jogando mais luz sobre as páginas. Outros tentam prender o material de leitura no comprimento do braço. Mas chega a hora em que, por mais longo que seja o braço, já não dá mais para ler as letrinhas do cardápio.

Hora da ajuda

Então é chegada também a hora de procurar ajuda. Tanto optometristas quanto oftalmologistas podem fazer exames nos olhos e prescrever óculos e lentes de contato. Os oftalmologistas são médicos que, além disso, realizam cirurgias de visão, como a de correção de erros de refração.

Outra indicação são os exames anuais para quem tem mais de 60 anos. A rotina pode identificar problemas de visão em estágio inicial. O glaucoma, por exemplo, danifica o nervo óptico e é a principal causa de cegueira irreversível, mas metade das pessoas com a doença não sabe disso, estima o oftalmologista J. Alberto Martinez.

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