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As palmas que se ouvem no Auditório da Reitoria, mesmo palco onde são encenadas também peças do Festival Nacional de Teatro (Fenata), na Uni­versi­dade Estadual de Ponta Grossa, não são por educação. O público ovaciona com entusiasmo as dez senhoras, entre 52 e 82 anos, que acabam de se desdobrar para executar a peça Bons Tempos, criada dentro da Universidade Aberta da Terceira Idade (Uati) da UEPG.

Netinha Figueiredo, 82 anos, é ex-professora e atualmente ataca como autora teatral. Foi ela quem colocou no papel o texto do espetáculo, fruto da criação coletiva de todas as participantes do grupo. "Todo mundo colaborou. Estamos superando nossos próprios limites", conta Netinha. Para ela, atuar "é a satisfação de ver que a sua responsabilidade foi cumprida no palco. Meu marido me perguntou o que eu ia fazer aqui, e eu respondi: ensinar o que eu sei e aprender o que não sei", relata.

Atualmente são 285 alunas matriculadas na Universidade Aberta, que iniciou suas atividades em 1992 – é uma das mais antigas do país. A disciplina de teatro começou há quatro anos, por interesse das alunas. "Elas vêm de um tempo em que não se manifestavam os sentimentos como hoje. Dizer apenas ‘eu gosto de você’ era muito complicado", observa a coordenadora Rita de Cássia Oliveira. Agora em cena, as alunas usam o teatro para falar o que nunca puderam dizer. Entre as falas, a frase do escritor Victor Hugo, mostrada em um telão: "Nos olhos do jovem, arde a chama. Nos do idoso, brilha a luz".

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