Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Painel

Ninguém viu

A indefinição na partilha de cargos do segundo escalão acendeu o sinal amarelo no PT, que vê na demora indício de que as "porteiras abertas" em ministérios de aliados podem ficar só no discurso presidencial. Os dirigentes, que chegaram a criar um grupo para receber nomes de seus comandos regionais e setoriais, de deputados e senadores, cobraram no final de abril uma definição dos ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral), integrantes da comissão do governo que cuida do assunto, mas não houve resposta. A relação com Mares Guia (Relações Institucionais), dizem, também não prosperou. A Executiva da sigla deve avaliar a situação em reunião na próxima segunda. No Planalto, a previsão é que a ocupação de cargos seja concluída só em julho.

***

Ferida – O trauma causado pelo motim dos controladores na Aeronáutica está longe de ter sido curado. Oficiais fizeram chegar à CPI do Apagão Aéreo: não gostariam que os sargentos fossem chamados a depor. Estes, no entanto, pediram para ser ouvidos. Aéreos – Do líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), sobre a convocação do astronauta Marcos Pontes para depor na CPI: "O pessoal deve ter confundido a gravidade da crise aérea com a falta de gravidade no espaço". Bagunça – O PSDB passou o dia de ontem dizendo que a convocação de familiares das vítimas do desastre da Gol não é para agora. Não sabia que Geraldo Thadeu (PPS-MG), o mesmo que quer o astronauta na CPI, havia apresentado requerimento pedindo exatamente o contrário. Vão em frente – Do ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC), sobre a idéia de Miro Teixeira (PDT-RJ) de investigar a venda da Brasif, da qual foi vice-presidente: "Se a única coisa que o governo tem para atingir a oposição é isso, vão se dar mal, porque nunca tive ações da empresa". De bem – A bronca do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), é com o governo, e não com o líder José Múcio (PTB-PE), dizem aliados que acompanharam o imbróglio do aumento do repasse para os municípios, abortado pela Receita mesmo depois de prometido por Lula.

Barrado – Parecer de técnicos do TSE recomenda a rejeição das contas de Geraldo Alckmin na campanha presidencial de 2006. O tucano não movimentou a conta de candidato, deixando o fluxo de dinheiro a cargo de seu comitê, o que é irregular, segundo o corpo técnico do tribunal. E eu? – No balanço do PAC ontem, mesmo com Alfredo Nascimento à mesa, Dilma Rousseff e Paulo Bernardo chamavam o secretário-executivo dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, de "ministro". Choro – Construtoras procuraram a pasta da Integração Nacional a fim de adiar a data de entrega de propostas para a licitação da transposição do São Francisco. Queriam rediscutir o preço da obra, considerado muito baixo. O ministério deu de ombros e receberá os envelopes amanhã. Miscigenação – Governistas e opositores se uniram para tentar incluir no PAC um projeto do governo paulista de R$ 50 milhões contra enchentes no Pirajussara. O córrego passa por Taboão da Serra, onde o prefeito é do PSB, Embu, de gestão petista, e São Paulo, nas mãos do DEM. Onda – Enquanto Lula falava sobre aborto a emissoras católicas, as frentes parlamentares Evangélica e da Defesa da Família preparavam texto para ser entregue hoje ao vice José Alencar. Querem que o governo se declare contrário à descriminalização da prática. Nicho – O PSol fechou lista de 22,5 mil filiados aptos a escolher os delegados de seu congresso, em junho. "Já somos os maiores dos que estão à esquerda do PT", diz o deputado Chico Alencar (RJ).

TIROTEIO

* De Mário Mantovani, diretor da Fundação S.O.S. Mata Atlântica, sobre a polêmica das licenças ambientais para as obras do PAC.

– Se o governo já tem dificuldade de lidar com bagres ensaboados no Congresso, deveria saber que numa área técnica, como a ambiental, não se consegue nada via pressão política.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.