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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou nesta sexta-feira (23) o IDH-D, que mede o Índice de Desenvolvimento Humano corrigido pela desigualdade. Por esse parâmetro, o Brasil perde 19% no IDH e deixaria de ser considerado um país de alto desenvolvimento humano.

"As estimativas deste relatório mostram que a desigualdade afasta o Brasil do alto desenvolvimento humano em uma magnitude de 19%", explicou Flávio Comim, economista do PNUD no Brasil.

O IDH é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população.

O índice varia de zero - nenhum desenvolvimento humano - até 1 - desenvolvimento humano total. Entre 0,5 e 0,8, um país é considerado de desenvolvimento médio. Acima de 0,8, é considerado país de alto desenvolvimento humano. O IDH do Brasil é de 0,813. Porém, no IDH-D, o Brasil tem 0,629. Como o IDH é uma média, o PNUD decidiu criar um novo parâmetro destacando a desigualdade.

De acordo com Flávio Comim, levando-se em conta o IDH-D, o Brasil não apresentaria um alto índice de desenvolvimento humano. "Quando você leva em conta a desigualdade, o Brasil cai 19% no IDH", explicou o economista. Segundo ele, para diminuir a desigualdade é preciso que os países tenham políticas públicas que promovam educação de qualidade e igualdade de oportunidades.

América Latina

O cálculo do indicador de desigualdade varia de acordo com o autor e as fontes e a base de dados utilizados, mas em geral o Brasil só fica em melhor posição do que o Haiti e a Bolívia na América Latina - o continente mais desigual do planeta, segundo o Pnud. No mundo, a base de dados do Pnud mostra que o país é o décimo no ranking da desigualdade. Mas os dados levam em conta apenas 126 dos 195 países membros da ONU, e em alguns casos, especialmente na África subsaariana, a comparação é prejudicada por uma defasagem de quase 20 anos de diferença.

"Dez dos quinze países mais desiguais do mundo estão na América Latina e em função disso você tem uma medida de desigualdade 65% superior a medida de desigualdade dos países mais ricos", explicou Comim.

Na América Latina, o IDH diminui em média 19% se corrigido pelo grau de desigualdade (IDH-D). A Nicaragua, por exemplo, perde 47%. A Bolivia perde 42% e Honduras, 38%. Chile, Argentina e Uruguai apresentaram as menores perdas.

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