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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, foi o mediador do debate | Divulgação/PR
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, foi o mediador do debate| Foto: Divulgação/PR

A presidente Dilma Rousseff usou parte do seu discurso no Fórum Empresarial das Américas, no Panamá, para defender o ajuste fiscal que governo brasileiro tem tentando implementar para recuperar as contas públicas. “Estamos fazendo um grande esforço de ajuste fiscal”, disse Dilma durante o evento que faz parte da 7ª Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá.

EUA não interferem mais na América Latina como no passado, diz Obama

Os Estados Unidos não podem mais interferir livremente nos assuntos dos países da América Latina, afirmou o presidente norte-americano, Barack Obama, nesta sexta-feira, num momento em que busca restaurar laços com Cuba, sua ex-inimiga de Guerra Fria.

“Os dias em que nossa agenda neste hemisfério frequentemente presumia que os Estados Unidos poderiam se meter com impunidade, esses dias estão no passado”, disse Obama na Cúpula das Américas, no Panamá, um dia antes de se reunir com o presidente cubano, Raúl Castro.

Segundo Dilma, o País teve que adotar medidas anticíclicas nos últimos anos para evitar que tivesse uma “queda forte” do emprego e na renda. “Esgotamos nossa capacidades dessas medidas e agora temos de fazer todo um reequilíbrio para continuar crescendo”, afirmou.

Dilma garantiu, entretanto, que o ajuste fiscal não afetará programas sociais e de infraestruturas do governo. “Tudo isso passa por continuar fazendo programas na área social e de infraestrutura”, disse a presidente.

Inclusão social

A presidente começou o discurso celebrando a “acelerada inclusão social” ocorrida no Brasil depois de ser “um país extremamente desigual”. “Eu quero dizer que a grande mudança que o Brasil deseja e encaminhou nesses últimos anos é se transformar em um grande país de classe média. Esse é o objetivo da nação brasileira”, disse.

Dilma discursou ao lado dos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama; do México, Enrique Peña Nieto, e do Panamá, Juan Carlos Varela. Eles participaram, na Cidade do Panamá, de um debate do Foro Empresarial das Américas, cujo tema desta edição é Integração Produtiva para o Desenvolvimento Inclusivo. Na noite desta sexta-feira (10), os chefes de Estado e de Governo de todos os 35 países das Américas e do Caribe participam da abertura da 7ª Cúpula das Américas, também no Panamá.

Infraestrutura

Dilma disse que a infraestrutura e a inovação são fatores estruturais para a continuidade do crescimento brasileiro. Aos empresários, Dilma classificou a educação como o “único jeito” de assegurar que a inclusão social seja permanente. Quanto à infraestrutura, a representante brasileira disse serem fundamentais os investimentos tanto logísticos quanto urbanos.

Dilma irá a Washington em junho ou julho em visita de trabalho

A presidente Dilma Rousseff deve visitar os Estados Unidos no fim de junho ou início de julho, segundo fontes do governo brasileiro. O encontro será acertado na reunião bilateral que Dilma terá com o presidente americano, Barack Obama, amanhã no início da tarde. Ambos estão no Panamá para participar da VII Cúpula das Américas.

A viagem de Dilma a Washington será uma visita de trabalho, e não a visita de Estado que estava marcada para ocorrer em outubro de 2013. Essa visita foi cancelada depois do vazamento das informações de que a presidente havia sido espionada pela Agência de Segurança Nacional americana.

Desde então, as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos estão abaladas. O Diálogo de Parceria Global (DPR), entre o chanceler brasileiro e o secretário de Estado, não ocorre desde 2013. Da mesma forma, não têm havido o Diálogo de Energia e o Diálogo de Defesa, todos no âmbito ministerial.

Fontes diplomáticas dizem que a bilateral entre Obama e Dilma, mais do que o conteúdo que será discutido, tem um valor simbólico de “relançar no mais alto nível as relações bilaterais”.

A diferença entre visita de Estado e visita de trabalho é o protocolo. Os Estados Unidos recebem apenas duas ou três visitas de Estado por ano. Nelas, o presidente convidado visita a sede dos três Poderes e participa de um jantar de gala. O último presidente brasileiro a fazer uma visita de Estado a Washington foi o tucano Fernando Henrique Cardoso. Como não havia possibilidade de Dilma fazer a visita de Estado ainda este ano, optou-se pela visita de trabalho.

“Mobilidade urbana e habitação como infraestruturas sociais são fundamentais. Junto com ferrovias, portos, aeroportos e toda expansão energética necessária para assegurar o crescimento”, declarou. Algumas obras que o Brasil desenvolve com outros países americanos nesse quesito foram citadas pela presidenta como exemplos de parcerias com diferentes governos e empresários, como o Porto de Mariel em Cuba, o Pólo Petroquímico da Cidade do México e a construção e o financiamento dos gasodutos sul e norte na Argentina.

“Acho que a integração regional das nossas economias funciona como um fator que expande as nossas fronteiras, oportunidades e economias. Daí porque o Brasil se dedicou nos últimos anos a investir fortemente na integração de infraestrutura”, disse.

Após defender, no discurso, a importância da inovação para a melhoria de renda dos brasileiros e para o desenvolvimento de setores-chave do país como agricultura e indústria, Dilma voltou ao tema quando respondia aos empresários. Segundo ela, a ciência e tecnologia podem fomentar um aprimoramento na quantidade mas também na qualidade do ensino dos países.

“O grande desafio de países como o Brasil é a educação, consideramos que ela tem que estar no centro do processo tanto de crescimento econômico quanto de inclusão social”, destacou, complementando que é necessário que o país exerça atividades que agreguem valor. “Eu acho que a América Latina e todos nós temos de almejar sermos produtores de valor agregado, utilizadores do conhecimento como forma de garantir que os nossos povos de fato tenham acesso a um padrão de vida de classe média”.

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, foi o mediador do debate, para o qual centenas de líderes empresariais foram convidados. Nomes como Mark Zuckerberg, fundador e presidente do Facebook, foram confirmados como oradores do evento.

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