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A oferta de vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) se concentrou, pela primeira vez, em cursos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Essas regiões reuniram 51,26% do total de 61,5 mil novos contratos fechados no segundo semestre deste ano, de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC). Na primeira edição de 2015, elas ficaram com 39,61% das vagas.

Na contramão, o número de novos contratos do Fies no Sul e Sudeste caiu de 60,39%, no primeiro semestre do ano, para 48,74%. A desconcentração geográfica da vagas oferecidas via crédito estudantil é um dos efeitos das regras adotadas este ano em meio ao ajuste fiscal. Os cortes culminaram na redução drástica do número de financiamentos: foram 731,7 mil em 2014 contra 313,5 mil neste ano. O sistema do Fies registrou 241.283 inscritos, o que representa, em média, que um em cada quatro candidatos interessados conseguiu a vaga.

Além de reduzir o número de financiamentos, o governo instituiu a nota do Enem como critério para conseguir o Fies, vedando o acesso ao programa a quem tirar menos de 450 pontos e zerar a redação. A renda exigida, antes de até 20 salários mínimos, passou para 2,5 salários mínimos per capita.

Nota máxima

Outro dado do MEC mostra que a proporção de cursos com nota 5, a máxima nos critérios da pasta, ofertados via Fies cresceu de 8,13% em 2014 para 19,79% no primeiro semestre de 2015, chegando a 25,58% na última edição do programa. O percentual de graduações com menção 4 não sofreu modificações. As de nota 3, o mínimo para participar do Fies, caíram de 51,92% para 36,17%.

“É uma indicação de qualidade. Acredito que o setor, ao verificar que privilegiamos os bons cursos, vão melhorar a qualidade cada vez mais para poderem participar do Fies”, destacou Aloizio Mercadante, ministro da Educação.

Dos 241,2 mil inscritos, 73,7% eram de escola pública. Mas a proporção se refere ao número de interessados que se cadastraram no sistema. O MEC diz não saber ainda informar quantos, do total que conseguiu de fato o financiamento, vieram da escola pública. Segundo a pasta, ainda há alunos com o processo em trâmite nos bancos oficiais que liberam o crédito.

Também não há dados dos cursos mais acessados pelos que efetivaram o financiamento. Entre os inscritos, porém, a maior procura foi por engenharia (49,7 mil), Direito (35,4 mil) e Enfermagem (17,2 mil). Quase 65% dos que se interessaram pelas vagas têm entre 18 e 24 anos. Os pardos somaram 46,24%, seguidos dos brancos (37,35%) e dos pretos (13,64%).

Ensino a distância

O ministro defendeu mudanças nas graduações a distância, sobretudo em áreas que demandam aulas práticas. Ele estuda sugerir ao Conselho Nacional de Educação, que debate o tema, o aumento no tempo de atividade presencial que os cursos precisam ofertar. Mercadante citou as formações ligadas à saúde e à engenharia.

“Como alguém vai se tornar engenheiro, vai projetar um prédio, sem ter praticado? Na enfermagem, é fundamental o campo da prática, o contato com o doente”, disse.

O ministro destacou que se reunirá com o Conselho Federal de Enfermagem para debater denúncias, publicadas pelo jornal Estado de S. Paulo, de cursos a distância fantasmas verificados pela entidade em fiscalização. Mercadante anunciou que, dependendo do que for apresentado pelo conselho, as instituições sofrerão supervisão do MEC.

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