Um apelo do governador Roberto Requião para que o demissionário procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, permanecesse no cargo não deve ser atendido. Botto teria desistido de voltar atrás de sua decisão após a divulgação de uma nota da Casa Civil, no fim da tarde de segunda-feira, que classificava como "boatos" as informações sobre a demissão. Segundo o jornalista Celso Nascimento, em coluna publicada nesta terça-feira no jornal Gazeta do Povo (exclusivo para assinantes), o procurador-geral iria ainda nesta manhã ao Palácio Iguaçu para protocolar irrevogável pedido de demissão.
A nota, que causou o descontentamento do demissionário, foi divulgada na Agência Estadual de Notícias e ficou no ar apenas por alguns minutos. Ela foi postada às 19h09 e tirada às 19h21. "Quem teve tempo de ler a nota logo entendeu os motivos que levaram o procurador a reavaliar a disposição de voltar ao cargo, preferindo confirmar a demissão", diz o colunista.
O texto trazia declarações do chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, informando que a carta com o pedido de desligamento do secretário sequer havia sido entregue ao governador. Nos dez dias em que a informação foi divulgada, Botto não negou a informação e confirmou a alguns jornalistas que estava mesmo pedindo demissão.
No sábado, ainda segundo o colunista, Requião teria se reunido com Botto para tentar demovê-lo da idéia de deixar o governo. O governador teria se comprometido a tomar providências para esclarecer denúncias de irregularidades em alguns órgãos do estado, como a Sanepar. "No fim, a jubilosa nota do governo fez a coisa desandar de vez. Botto sai, mas ficam os maus companheiros e o grupo que só pensa em si mesmo, em nome de sentimentos espúrios", finalizou Nascimento se referido a termos usados por Botto na carta de demissão.
A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou entrar em contato com o procurador-geral, mas sua assessoria afirmou que ele só deve se manifestar no fim da tarde desta terça-feira.
