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Cascavel – O Paraná vai virar endereço de boa parte dos presos mais perigosos do Brasil. O primeiro presídio federal de segurança máxima do país vai ser inaugurado em Catanduvas, Oeste do estado, em junho. A unidade faz parte de um pacote bancado pela União. São cinco prisões – três delas começam a funcionar este ano, no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. As obras das outras duas estão para começar. Cada uma custa entre R$ 18 milhões e R$ 22 milhões.

O presídio de Catanduvas deverá receber um preso ilustre. É grande a possibilidade de Fernandinho Beira-Mar "inaugurar" o local. Considerado um dos principais traficantes do Brasil, Beira-Mar foi preso na Colômbia em 2001. Desde então, já passou por prisões em Brasília, Maceió (AL), Presidente Bernardes (SP) e Florianópolis (SC) – mas ninguém quer ficar com ele, por ser um detento de altíssima periculosidade. "Ele tem o perfil exato do preso que Catanduvas irá abrigar", diz Maurício Kuehne, diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). "Sua transferência depende somente da decisão de um juiz federal."

Na quinta-feira passada, Beira-Mar foi transferido da Polícia Federal de Maceió para a superintendência de Brasília. De acordo com a Polícia Federal, o traficante deve permanecer na capital federal até a inauguração do presídio de Catanduvas.

O Depen ainda não definiu a lista completa dos condenados que serão transferidos para a unidade paranaense. Mesmo assim, o grupo certo é formado pelos líderes das facções criminosas, traficantes, presos perigosos. Dos mais de 300 mil detentos espalhados pelos presídios de todo o Brasil, 15% (cerca de 45 mil) são considerados de alta periculosidade. Fontes de violência e corrupção no sistema carcerário, esses detentos são responsáveis pelas rebeliões nos presídios.

O PCC (Primeiro Comando da Capital) paulista é uma das principais organizações criminosas do país e um forte "fornecedor" desse tipo de detento. Alguns de seus líderes, como Marcos Herbas Camacho, o Marcola; José Carlos Rabelo, o Pateta; e David Ulhoa Maluf, o Magaiver, têm extensos registros criminais por conta de seqüestros, tráfico de drogas, homicídios e roubos. Hoje, eles estão presos na Penitenciária de São Bernardo, em São Paulo.

Obras

A construção do presídio de Catanduvas começou em abril do ano passado – 95% das obras estão concluídas. A unidade (de R$ 18 milhões) terá capacidade para abrigar 200 presos em celas individuais. De acordo com Kuehne, a intenção não é utilizar a capacidade máxima. Isso porque, em caso de rebelião em outras penitenciárias, Catanduvas poderia receber em regime de emergência líderes desses eventuais motins.

A unidade já começou a instalar os primeiros equipamentos de segurança. O aparato reúne o que há de melhor no mercado. É o caso de um aparelho que identifica vestígios de drogas ou explosivos nas roupas de presos e visitantes. A unidade também será equipada com detectores de metal, câmeras escondidas, sensores de presença e, no futuro, identificação digital de visitantes.

Apesar da proximidade do fim das obras, o Ministério da Justiça e o Conselho da Justiça Federal (CJF) ainda não definiram exatamente como vai funcionar o presídio federal, que será o primeiro do Brasil – a unidade de Campo Grande (MS) será inaugurada em seguida.

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