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Criminalidade

Número de homicídios em Londrina é o menor em quatro anos

Foram 37 casos no primeiro semestre. Em 2010, no mesmo período, foram 68 vítimas

O número de homicídios no primeiro semestre de 2011 é o menor dos últimos quatro anos em Londrina. Até a última sexta-feira, a Polícia Civil contabilizava 35 assassinatos – um rapaz espancado por populares após tentativa de assalto no centro e um baleado na zona oeste, não identificado, completaram a estatística de 37 mortos por motivos violentos no semestre. Em 2010, no mesmo período, foram 68 vítimas de homicídio.

Apesar da mudança nos números, a característica dos crimes permanece a mesma: o tráfico ainda é a causa principal dos crimes contra a vida."Em Londrina, não tem facilidade para marginal", sustenta o delegado Márcio José Amaro, chefe da 10ª Subdivisão de Polícia. "Nunca se prendeu tanto e isso serve de recado para a marginalidade", afirma. Amaro diz que o setor de Homicídios "está mais especializado" e que o foco é a prisão de mandantes dos crimes – e não apenas executores, geralmente menores de idade.

Ontem, a Polícia Civil de Londrina prendeu em Pernambuco (leia nesta página) o mandante do latrocínio da empresária Isabella Tibery Garcia Lopes, morta em maio, dentro do carro, na esquina da Rua Pernambuco com a Av. JK, após tentativa de assalto.

"Caçar os mandantes é a linha de melhor resultado. Intimida o executor e dá o recado claro para a bandidagem", atesta o delegado-chefe. "Sem essa de apreender o menor e deixar o mandante impune." Amaro ainda afirma que a presença mais ostensiva de todas as polícias nas ruas, casada com investigações "mais técnicas e apuradas", também podem ser apontadas como causas da queda no número de homicídios em 2011 em relação aos anos anteriores.

"É quase metade a menos de mortes", constata Altivir Cieslak, comandante da PM de Londrina. Cobrado de forma permanente pela cidade desde quando assumiu o posto, quatro meses atrás, Cieslak diz que a apreensão de armas de fogo – sete foram recolhidas na última semana – também tem efeito direto na redução do número de homicídios. "Também nos antecipamos ao tráfico, núcleo de vários crimes. Combatendo os traficantes impedimos conexões com o homicídio, o roubo para consumo de drogas, furtos e lesões corporais." O comandante diz que, nos homicídios, a matemática do crime de vê ser observada de forma inversa: "Quantas pessoas deixaram de ser mortas por essas situações?"

Menos homicídios, entretanto, não significam tranquilidade para a população. "Ninguém está em paz em Londrina. Não há segurança nessa cidade. Sou do tempo em que vizinho ficava na rua e se encontrava. Hoje, no meu bairro, todo mundo está trancado em casa", define o aposentado José Pereira de Araújo, 62, morador do Jardim Aeroporto. "Ninguém vê polícia na rua. Você está vendo alguma?", devolve, em tom de revolta.

"Números não se transformam em sensação de segurança de uma hora para outra", confirma Alex Eduardo Gallo, professor de Psicologia e Análise do Comportamento na UEL, estudioso do tema da violência. "As pessoas se dizem seguras quando vêem bandido preso. Há mais condenações? Temos mais policiamento? Sinceramente, como cidadão não percebo nada específico que tenha ocorrido ultimamente a ponto de mudar a sensação de que estamos expostos ao crime de forma permanente."

Mandante de crime é capturado

A Polícia Civil de Londrina apresenta hoje o mandante do assalto que resultou no assassinato da empresária Isabella Tibery Garcia Lopes, surpreendida dentro do carro no dia 12 março, na Rua Pernambuco com a Avenida JK, centro. Em maio, um menor de 14 anos foi levado pela própria mãe à polícia e confessou ser autor do disparo.

Fichado em Londrina como Jimisson Nascimento, o mandante preso em Recife (PE) chama-se Poliano José do Nascimento e tem 26 anos. Jimisson, segundo os policiais, é o nome do irmão do acusado, também com passagens por homicídio naquele estado. "O Poliano também é apontado como executor de um latrocínio de um taxista em Olinda em 2006. Depois do crime, fugiu para o Paraná com o nome do irmão", diz o delegado Amaro. Poliano foi preso na Região Metropolitana do Recife, cidade de Jaboatão dos Guararapes, escondido na casa do irmão.

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