
No ano em que o Palácio Iguaçu completa 60 anos, o governo do Paraná também consolida o período mais longo com casa própria. Emancipado há 161 anos de São Paulo, o estado passou por diversas sedes até que o Poder Executivo fosse alocado no Centro Cívico, em Curitiba, no dia 19 de dezembro de 1954.
Antes do Palácio Iguaçu, a sede do governo com período mais duradouro tinha sido no Palácio da Liberdade, na Rua Barão do Rio Branco. O governo ficou alocado no espaço por 46 anos de 1892 a 1938. Antes o governo teve como endereço, por seis anos, o Palacete Wolf, na Praça Garibaldi. Na oportunidade, o imóvel tinha sido alugado para o Corpo Policial da Província, mas foi transformado em sede do governo do Paraná.
Em 1938, o então interventor do Paraná, Manoel Ribas, adquiriu o Palácio São Francisco (onde hoje funciona o Museu Paranaense) para instalar a sede do governo estadual. Foi a última sede antes do Palácio Iguaçu.
Projeto
O palácio foi construído na mesma época da criação do Centro Cívico. Um projeto que reuniu em uma mesma área edificações de todos os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. O historiador Jair Elias dos Santos Júnior, autor de livro que conta a história do Palácio, relata que o governador Bento Munhoz da Rocha Netto, que chegou no poder em 1951, pensou o projeto para unificar o Paraná e consolidar Curitiba coma capital estadual.
"No primeiro semestre de 1951, Bento Munhoz, por meio de mensagem à Assembleia Legislativa, estabeleceu uma dotação de 100 milhões de cruzeiros para as obras do Centro Cívico, quantia aumentada meses depois", escreve Santos Júnior.
Definido o local para a construção, o governador reuniu familiares para comunicar que a partir daquele encontro pessoas que conheciam o projeto estavam proibidas de adquirir ou se envolverem em transações "envolvendo terras nas áreas escolhidas". Antes dessa reunião, Bento Munhoz deu a mesma ordem aos seus assessores. O assunto foi mantido, por ordem do governador, como "segredo de estado".
A obra do Palácio também veio da vontade em superar um complexo de inferioridade paranaense em relação a outros estados da nação. Além da significação política, o projeto do arquiteto carioca David Azambuja é considerado um dos grandes marcos da escola modernista do país. A inauguração do Palácio Iguaçu foi marcada com a visita do presidente da República, João Café Filho. Foi a primeira visita ao Paraná depois de ter assumido o cargo com o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. O ato inaugural do Palácio Iguaçu teve início às 20h30 ainda do dia 18 de dezembro com a recepção dos convidados e o banquete oferecido no salão de jantar. Após os discursos das autoridades, um baile de gala tomou conta do Palácio.
"À zero hora do dia 19 aconteceu a inauguração. A placa inaugural foi descerrada pelo Coronel Euclides do Vale (Chefe da Casa Militar) e pelo Presidente da Comissão do Centenário do Paraná, professor Newton Isaac Carneiro", conta o historiador.





