Nem só da usina hidrelétrica Chavantes, das imensas fazendas de gado e do sinal irregular de celular vive Ribeirão Claro, cidade localizada no Norte Pioneiro paranaense, divisa com São Paulo. De uns tempos para cá, o pequeno município, de pouco mais de dez mil habitantes e apenas cinco agências bancárias, vem sendo “invadido” por uma categoria bem específica de aventureiros: os adeptos de voos livres.
Com altitude de 570 metros, a cidade é naturalmente beneficiada por uma extensa rede de morros e montanhas. A paisagem rememora tempos de imensidão e exerce um fascínio considerável no pessoal que leva a vida entre-nuvens. “Lá de cima, o visual de Ribeirão Claro é fantástico”, diz Reynaldo Bellia, organizador do Encontro de Paramotor e Parapente Ribeirão Claro 2015, que começou na sexta-feira (4) e vai até o feriado de 7 de setembro. “O voo livre foi uma paixão recente que desenvolvi. Sempre gostei de voar. O medo que eu tinha passou, pois tudo é muito seguro. E todos, de certa forma, ambicionam chegar ao topo de alguma coisa”, filosofa.
A pacata cidade passará por uma transformação nos quatro dias de eventos. Foram providenciados banheiros públicos e praças de alimentação. Um circuito paralelo para aqueles que almejam diversificar ainda mais a estadia oferecerá atividades como rapel, montanhismo e trike (uma espécie híbrida entre a aeronave e a asa delta). As ruas também foram “ressinalizadas” para receber os viajantes.
Ao todo, são esperados mais de 200 entusiastas, entre pilotos, familiares e curiosos. “Isso tudo é um esforço conjunto entre os apreciadores de voo livre, o poder público e diversas empresas e comércios da região. Quem sabe, em breve, Ribeirão Claro não se torna a referência nacional em voo livre?”, sonha Bellia.
