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condenado por estupro

O ex-médico Abdelmassih é preso no Paraguai

O ex-médico foi preso em Assunção, no Paraguai | Cristian Rizi/ Gazeta do Povo
O ex-médico foi preso em Assunção, no Paraguai (Foto: Cristian Rizi/ Gazeta do Povo)

Foragido da Justiça brasileira desde 2011, o ex-médico Roger Abdelmassih, 70 anos, condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e atentado violento ao pudor, foi preso por volta das 14h30 de ontem (horário brasileiro) em uma rua do bairro Villa Morra, em Assunção, no Paraguai. Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), juntamente com a Polícia Federal brasileira, interceptaram Abdelmassih com a mulher e dois filhos quando eles deixavam um estabelecimento comercial. O ex-médico foi levado a Foz do Iguaçu na tarde de ontem. Por volta das 11 h de hoje, ele será transferido a São Paulo.

Abdelmassih não mostrou resistência no ato da prisão, apenas ficou assustado. Ele chorou e pediu distância da imprensa, segundo o chefe de Comunicação da Senad, Francisco Ayala. Logo após ser detido, ele foi expulso do país por não portar documentos e estar infringindo a Lei de Migração do Paraguai.

O delegado da PF, Marcos Paulo Pimentel, disse que a procura por Abdelmassih teve início semana passada a partir de informações de diversas fontes. "Tivemos cooperação interna e internacional." Um mandado de busca, cumprido pelo Gaeco de Bauru (SP) em uma propriedade rural de Avaré, no interior do estado, também contribuiu para a elucidação do caso. Lá foram encontrados fotos, bilhetes, roupas e telefones.

Apoio internacional

O ex-médico foi levado a Ciudad del Este, fronteira com Foz, em um avião da Força Aérea do Paraguai. A aeronave pousou no aeroporto de Hernandárias, da Itaipu Binacional. Ele chegou à delegacia da PF de Foz às 18h30, após fazer um procedimento migratório na aduana.

Abdelmassih foi preso após um trabalho de inteligência feito entre a polícia paraguaia e a Polícia Federal brasileira. Ele vivia no Paraguai há cerca de três anos, segundo a polícia, em uma luxuosa residência situada no bairro San Cristóbal. Morava com a mulher, uma brasileira de 36 anos, e dois filhos pequenos. Tinha motorista, babá, empregadas e aparentemente não exercia a medicina. Segundo o delegado Pimentel, o ex-médico entrou no Paraguai por via terrestre. Antes de ir morar em Assunção, vivia em um pequeno município do país.

Abdelmassih liderava a lista de procurados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Ele foi preso pela primeira vez no dia 17 de agosto de 2009, após ser denunciado, em 2008, por uma ex-funcionária. Diversas pacientes, na faixa etária de 30 a 45 anos, relataram terem sido molestadas pelo então médico.

Promotoria

Investigação de lavagem de dinheiro levou à prisão do ginecologista

O promotor Luiz Henrique Dal Poz disse que a Polícia Federal chegou ao paradeiro do ex-médico Roger Abdelmassih depois de três anos foragido, após cruzamento de informações da Promotoria e da própria PF. O Ministério Público investigava suposta lavagem de dinheiro praticada pelo médico. Segundo o promotor, durante a investigação de pessoas que ajudavam o ex-médico na fuga, surgiu a informação do paradeiro do médico, possivelmente na América do Sul.

Essa investigação apura, segundo ele, suposta falsidade ideológica, falsidade documental e lavagem dinheiro. "Passamos para a PF, que é a destinatária legítima para esse tipo de atuação", disse Dal Poz. "Felizmente, prevaleceu a Justiça. Prevaleceu o trabalho eficiente das instituições. Seja da polícia, seja do Ministério Público. Finalmente, ele vai poder, agora, completar o ciclo da verdadeira Justiça que ele foi investigado, processado e condenado. Agora, vai cumprir a pena que ele foi imposta. Este é o nosso desejo".

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