
Copenhague, capital da Dinamarca, é o modelo de planejamento para outras cidades do globo. Com o objetivo de se tornar a primeira cidade neutra em carbono até 2025, o município se organizou pela sustentabilidade. Entre as áreas que sofreram intervenções, encontram-se o transporte (melhorando condições de pedestres e de ciclistas); construções públicas (prefeituras e prédios municipais são totalmente sustentáveis); energia (com a adoção de fontes renováveis); e educação (o conceito de sustentabilidade é disseminado desde a escola).
Com as mudanças, Copenhague deve se transformar em uma "cidade viva". Esse foi o tema discutido na palestra "Inovação das cidades a partir da sustentabilidade aplicada à arquitetura e ao urbanismo", na 2.ª Conferência Internacional das Cidades Inovadoras (CICI2011), organizada pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em Curitiba. Para essa evolução, a arquitetura tem papel fundamental. "Ela deve oferecer soluções práticas para contribuir com o urbanismo", explica Cris Lacerda, vice-presidente comercial da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea).
No entanto, para alcançar esse patamar, existe a necessidade de uma mudança da sociedade, a começar pela forma de ocupação do solo e pelo planejamento. "Hoje, temos cidades mortas, baseadas no extrativismo. Elas seguem equação simples: fazem enormes buracos para construir e consomem cada vez mais", diz o diretor de sustentabilidade da Asbea, Frederico Carstens. "É preciso projetar as cidades nos limites impostos pelo ambiente natural", analisa Giselle Dziura, professora do programa de pós-graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo.
Engajamento
As mudanças, no entanto, também exigem a participação da população, segundo Rodrigo Berté, doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento e professor do Grupo Educacional Uninter. Na palestra "Gestão Socioambiental no Brasil e Cidades Sustentáveis", Berté argumenta que esse engajamento pode ocorrer de forma simples. "Basta olhar as embalagens e escolher o que queremos consumir levando em conta a responsabilidade social e ambiental da empresa", afirma.
Ele argumenta que, além disso, existe a necessidade de participação popular em projetos públicos, como no caso das audiências públicas. "Às vezes, a população não participa. Mas, em outras oportunidades, existe interesse para que não haja discussão profunda sobre o assunto, atendendo aos interesses", diz. Até pela falta de participação, Berté defende que para uma cidade se tornar sustentável é preciso tempo. "Esse modelo sustentável pode virar realidade a longo prazo, mas, com planejamento, muito pode ser feito a médio prazo."
No painel "Construindo as Cidades Digitais", o prefeito de Plock, Krzysztof Buchowski mostrou o exemplo de sua cidade, na Polônia. Em seis meses, o município desenvolveu mecanismo para fazer com que toda a cidade tivesse acesso à internet. Também organizou o sistema de modo com que as informações públicas ficassem disponíveis. Segundo Buchowski, a participação popular melhora a satisfação dos habitantes e estimula o desenvolvimento social e econômico.
Serviço:
Principais palestras de hoje: 11 horas: "Minicurso Gestor 2030: Como tornar uma cidade inovadora". Palestrante: Theodore J. Gordon. Local: Pavilhão Horário Coimbra. 19 horas: "Redes como Padrão Unificador da Vida". Palestrante: Fritjof Capra. Local: Pavilhão Horário Coimbra.



