À medida que a idade avança, o corpo humano passa apresentar inevitáveis sinais internos e externos de fadiga. Normalmente, ficamos atentos às mudanças exteriores, sem nos darmos conta de que elas acontecem também por dentro, num processo lento e invisível de deterioração do organismo. Uma dessas alterações ocorre com os ossos. Para minimizar os efeitos da osteoporose doença que causa a perda de massa óssea e, conseqüentemente, o enfraquecimento interno do osso os exercícios físicos são fundamentais. A atividade muscular reforça a estrutura óssea, debilitada pela perda de cálcio e vitamina D.
O reumatologista Valderílio Feijó Azevedo, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC), faz uma comparação simples para explicar esse processo. É o mesmo caso de quem tem um membro engessado, compara. Geralmente, quando um membro é imobilizado para a recuperação de uma fratura, ocorre uma osteoporose de grau leve e os ossos atrofiam devido a ausência de atividade física.
Além da medicação obrigatória e da alimentação indicadas para a reposição de cálcio e vitamina D, o ideal é que o paciente osteopático siga uma rotina diária de exercícios físicos. E engana-se quem pensa que para isso é preciso se enfiar numa academia e gastar dinheiro (ler texto ao lado). Basta de 10 a 15 minutos de caminhada por dia em local aberto. "O sol aumenta a síntese de vitamina D na pele, o que auxilia a fixar cálcio no osso", explica Azevedo.
Um dos cuidados que a pessoa deve ter nessa prática de exercícios é com os obstáculos no espaço onde for se exercitar, já que um esbarrão num osso enfraquecido pode ocasionar fratura. Já em estágios mais avançados da osteoporose, quando a pessoa nem consegue se mover direito, é recomendável um acompanhamento multifuncional na atividade física, com um profissional de educação física e um fisioterapeuta.
Azevedo diz que a idade não é um impeditivo para que os osteopáticos se exercitem. Como exemplo, cita um paciente de 95 anos, vítima da osteoporose não apenas pela perda natural da idade de cálcio e vitamina D, mas também pelo vício do tabagismo. "Ele utiliza um cabo de vassoura para se exercitar em casa e pratica tai chi chuan (filosofia chinesa que trabalha corpo e mente) e nunca teve fraturas em cinco anos de tratamento", ilustra.
De acordo com Azevedo, muitos pacientes preferem usar medicamentos a se exercitar. Muitos dos que descobrem ser portadores de osteoporose se negam a praticar exercício físico pelo fato de não sentirem dor. Mesmo sem indicativos, alerta o médico, a ação da doença é como o de uma bomba-relógio. "A osteoporose é uma doença que não dá sinais. O osso vai se desgastando até chegar numa fase em que há uma fratura espontânea", diz. Porém, a precaução é fundamental. "Quanto mais cedo se diagnosticar e cuidar da osteoporose, menores serão as conseqüências".



