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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Cardápio especial do zoo de Curitiba tem polenta e até baratas; veja vídeo

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Num dia de muito movimento, o zoológico chega a receber 12 mil pessoas. Um dia por semana é reservado para a manutenção e para a medicina preventiva. O passeio começa pela cozinha, onde são preparados quase 700 quilos de comida por dia. Logo aos fundos fica a área de isolamento, onde está, por exemplo, um macaco que brigou com os colegas no Passeio Público e foi rechaçado.

O local reservado também é a morada provisória do leão Rawell (ele foi furtado no interior de São Paulo e levado para Maringá, onde foi recuperado e transferido para o Zoológico de Curitiba em maio de 2014). Ele está numa jaula improvisada enquanto o espaço dos felinos é reformado. Ao ver os visitantes, subiu no tablado e, agindo como o personagem Alex, do filme Madagascar, ficou gesticulando, como se pedisse para ser admirado.

Numa outra área em separado no zoológico há um espaço destinado a buscar a reprodução de papagaios ameaçados de extinção. A bióloga Nancy Banevicius comenta que já houve sucesso com duas espécies, o do peito roxo e do Espírito Santo, e que o empenho está voltado para garantir a procriação do de cara roxa e do charão. Para não atrapalhar os casais, a área é proibida para o público.

Outros animais podem ser vistos pelos visitantes, mas não tão de perto como ocorreu no passeio guiado – que permitiu a entrada na casa das girafas e chegar bem próximo dos hipopótamos (que têm cara de mansinhos, mas podem machucar quem fica ao alcance daquelas bocarras. Atualmente, o macho Dino está separado das fêmeas Penélope, Charlene e Glória – não está nos planos da administração do zoo ter mais filhotes gigantes.

Um dos mais dóceis moradores do lugar é Bob, um chimpanzé resgatado de um circo. No espaço reservado para a alimentação, ele ganhou uma garrafinha com chá e leite. Rapidamente, abriu a tampa e tomou em poucos goles. Depois devolveu o “lixo”. Entre aqueles que é possível contar, são 1,3 mil animais no zoológico– boa parte é resultado de apreensões do Ibama. Esses bichos teriam dificuldades de serem readaptados na natureza.

É bastante trabalho para profissionais como o médico veterinário Marcelo Bonat. Ele sonhava em atuar em um zoológico antes mesmo de entrar no curso na UFPR e há 12 anos cuida da saúde dos animais do local.

Para manter o zoo, a prefeitura gasta mensalmente cerca de R$ 120 mil em compras, como comida, e mais um contrato de manutenção e pequenas reformas, que é de R$ 36 mil ao mês. Além disso, 50 funcionários trabalham no local. O espaço é um dos poucos de grande porte no país que não cobram entrada do visitante.

Pandinha e Piekarski

Os nomes do casal de girafas do Zoológico de Curitiba são curiosos. Pandinha foi chamada assim porque a mãe se chamava Amandinha (e alguém achou que combinava). Ela é moradora do espaço desde que nasceu, há 27 anos. Já o macho veio da Polônia e ganhou o nome de Piekarski em homenagem a um jogador polonês que atuou no Atlético Paranaense na década de 90.

Urso gosta de polenta e chimpanzé prefere cebola e pão com mel

“Se você oferecer uma cebola e uma maçã, ele fica com a cebola”. Essa é a preferência do chimpanzé Bob, que também come pão com mel e toma chá com leite, conta a bióloga Nancy Banevicius. A dieta no Zoológico de Curitiba é adaptada ao gosto dos animais. A comida preferida do urso Andy é polenta enriquecida com verduras, e ainda milho cozido e mandioca. Ele também aprecia ração para cachorro.

Para dar de comer a 1,3 mil animais, o trabalho começa às 7 horas na cozinha do chef Moacir Paulo Lourenço. Quatro ajudantes preparam quase 700 quilos de comida por dia. O maior volume é de abóboras (150 quilos) e batata doce (100 quilos), principalmente por causa da dieta dos quatro hipopótamos – cada um come cerca de 40 quilos diariamente. A maior parte dos produtos vem do Ceasa. “Não tem essa de refugos ou restos”, garante Nancy. O tigre Tom come sete quilos de carne por dia, ora frangos inteiros, ora dianteiros bovinos e de vez em quando ovelhas e coelhos. A quantidade de comida dada aos animais é rigorosamente controlada, para que não fiquem obesos ou desnutridos.

A primeira refeição sai às 8h30, principalmente para os animais que se alimentam duas vezes por dia, como os primatas. Há alguns itens que entram no cardápio apenas em algumas estações, como os reforços calóricos no inverno. “Mamão, banana, laranja e maçã é o ano todo, mas caqui, goiaba e ameixa é esporádico”, explica a bióloga. Os pinhões que caem das araucárias espalhadas pelo zoológico são catados e servem de alimento. “Quase todos os animais gostam. E é uma importante fonte de energia no inverno”, relata Nancy.

Alguns produtos que agradam o paladar dos animais são oferecidos mais esparsamente, como cana de açúcar, castanhas e coco. Para alimentar gaviões e corujas, e também as cobras do Passeio Público, são criados num biotério camundongos e ratazanas, além de larva e baratas.

FOTOS

  • Quatro ajudantes picam e preparam quase 700 quilos de comida por dia. Só de banana são 50 quilos.
  • Cada animal recebe alimentação balanceada, com peso controlado.
  • O leão Rawell está na área de isolamento enquanto o espaço dos felinos está sendo reformado.
  • O casal de girafas Pandinha e Piekarski está no zoológico há mais de duas décadas.
  • As girafas adoram “verdinhos”, mas também curtem cebola.
  • A tigra Peta veio de Maringá há dois anos e come sete quilos de carne por dia.
  • Um dos dias mais frios do ano foi particularmente gelado na área do Zoológico de Curitiba, cercada de árvores.
  • O médico veterinário Marcelo Bonat alimenta Charlene, hipopótamo de quase três toneladas e que come 40 quilos por dia.
  • O hipopótamo Dino está separado das fêmeas e, por isso, não pode ser visto pelos visitantes.
  • Na segunda-feira a piscina dos hipopótamos é esvaziada e limpa.
  • O chimpanzé Bob adora chá com leite. Ele abre a garrafinha e toma em poucos goles.
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