Idelfonso Pereira Correia foi um empresário inovador. Nasceu em Paranaguá em 6 de agosto de 1849, estudou Humanidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas voltou ao Paraná para tocar o seu primeiro engenho de erva-mate em Antonina. Após a construção da Estrada da Graciosa, ele transferiu os negócios para Curitiba e, na cidade, mostrou como era ser um homem com visão moderna para a economia. Manteve comércio com Montevidéu e Buenos Aires. Tornou-se o maior exportador de erva-mate do Paraná e o maior produtor do mundo. Foi um dos fundadores da Imprensa Paranaense, a qual usava para imprimir as embalagens da erva-mate. Também contribuiu com a fundação do Clube Curitibano. Criou ainda a Associação Comercial do Paraná (ACP).
O empresário recebeu a comenda Ordem da Rosa, de dom Pedro II, pela prestação de serviços ao monarca. Durante a visita da princesa Isabel a Paranaguá, Ildefonso foi agraciado com o título de barão. O nome Serro (que significa serra, espinhaço) Azul foi uma homenagem a uma vila que existia em Curitiba, a qual ele ajudou a construir, a Vila do Serro Azul. Antes disso, havia o Visconde de Cerro (colina) Azul título concedido ao militar gaúcho João Pereira Martins, durante o primeiro reinado.
Quem é o culpado?
A morte de Serro Azul levantou a hipótese de que Vicente Machado, então presidente (governador) do estado, teria dado a ordem de fuzilamento, ou feito vistas grossas ao caso. Essa dúvida nunca foi esclarecida. Vicente Machado sempre negou a autoria. "Esse caso lembra muito a ditadura militar: capitães tinham carta branca para aplicar punições em decorrência de uma guerra civil que estava em andamento", explica o cientista social Ricardo Costa de Oliveira.
Por cerca de 40 anos, o nome de Serro Azul foi omitido da história do Paraná: no livro Para a História, de Rocha Pombo, as páginas que tratavam de Serro Azul foram arrancadas. "Foi um período em que a narração da história se dava, sobretudo, em cima dos fatos heroicos. Quem fugia covardemente virava herói", afirma o doutor em História Rafael Augustus Sêga. O resgate da figura do barão foi feito apenas uma geração depois, quando os ânimos já estavam apaziguados. (PM)



