O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, autorizou na terça-feira a construção de um viaduto com passarela de pedestres no cruzamento da Rua Professor Cleto com a linha férrea Curitiba-Paranaguá. O cruzamento, que fica na Vila Alboite, bairro Industrial de Paranaguá e próximo ao terminal portuário, há anos enfrenta problemas de tráfego devido à passagem dos trens em direção ao Porto de Paranaguá. A Professor Cleto também é um dos principais acessos para o Santuário do Rocio.
"Hoje foram apenas 15 minutos de espera. Mas tem dias que chego a ficar quase uma hora aqui parado esperando o trem sair", conta o marinheiro Jorge Luiz Ceccon, que diariamente passa pela via e espera há muitos anos uma solução para o complicado cruzamento. "Agora espero ver o viaduto pronto", diz.
De acordo com o superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) no Paraná, David Gouvêa, a licitação para a obra já estava pronta há seis meses e faltava apenas a liberação de verbas para o início da construção. "A urgência é grande pela conclusão do viaduto, por isso no mesmo dia em que o ministro autorizou a obra já foi assinada também a ordem de serviço para o início da construção", afirma. As obras serão realizadas pela empresa TEC Técnica de Engenharia Catarinense Ltda.
Já estão garantidos R$ 4,7 milhões para serem investidos na construção do viaduto, que deve começar na segunda-feira. "O prazo para conclusão é de 12 meses, mas acredito que no final do primeiro semestre de 2009 ela estará concluída", afirma o superintendente do Dnit. Ainda segundo Gouvêa, não será necessária a interrupção da via por enquanto. "Durante a evolução das obras, caso seja preciso, iremos utilizar desvios para o tráfego de veículos e pedestres", diz.
O número de acidentes no cruzamento não é alto se comparado a outras regiões da cidade. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, responsável pelos atendimentos do Siate, em 2007 foram registrados oito acidentes. Nenhum envolveu colisão com os trens. "Os acidentes não são numerosos, contudo, a obra irá diminuir o tráfego e o transtorno no cruzamento e imediações, que são os principais motivos que levam a acidentes", diz o diretor do Departamento Municipal de Trânsito de Paranaguá (Demutran), Astrogildo Policarpo da Conceição. Desde o início do ano, o órgão registrou 14 acidentes no cruzamento e imediações.
A América Latina Logística (ALL), empresa que opera trens na ferrovia, também comemorou a autorização das obras. "Desde a divulgação do projeto, há cinco anos, aguardamos esta notícia", diz Gustavo Reichmann, gerente de produção das unidades do Paraná e Santa Catarina da ALL. Diariamente passam oito composições da empresa nesta linha, e cada uma tem em média 80 vagões.
