Uma mesma empresa, a Tecnologia Organizacional (TO), ocupava os dois andares - 3º e 9º - onde havia obras sendo realizadas sem registro obrigatório no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). O engenheiro Luiz Antônio Cosenza, presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Crea, já solicitou à empresa informações sobre os engenheiros responsáveis pelas obras que são, segundo ele, irregulares. A TO tinha sala em seis dos 20 andares do primeiro prédio a ruir. Segundo investigações, no terceiro andar todas as paredes haviam sido retiradas.
"Por vezes, quando o elevador parava no terceiro andar, dava para ver que não havia mais paredes nem pilastras", afirmou a empresária Teresa Andrade, proprietária de um escritório no 16º andar. "Isto provocava uma grande estranheza em mim e no meu sócio, mas essa preocupação não foi levada ao síndico", concluiu, acrescentando que os trabalhos começaram há cerca de seis meses. O último registro de obra registrada no prédio de número 44 da Avenida 13 de Maio é de 2008.
O Clube de Engenharia criou uma comissão na manhã desta quinta-feira, a fim de avaliar as possíveis causas da queda dos prédios. O clube já trabalha com a possibilidade de a tragédia tenha sido provocada por um problema estrutural do prédio de 20 andares, já que, segundo a entidade, 90% dos casos de queda de prédio têm origem na estrutura da construção. À frente da comissão, está o vice-presidente do clube, Manuel Lapa, especialista em engenharia estrutural.
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