Nos próximos seis meses, obras em 11 ruas de Curitiba deverão influenciar o dia a dia de pelo menos 18 mil motoristas que trafegam em oito bairros nos horários de pico. Em dois pontos, um localizado na via rápida do Portão (sentido bairro-Centro) e outro na avenida do Batel (sentido Centro-bairro), há bloqueio de pistas e os usuários precisam ficar atentos aos desvios.
Já no viaduto da Avenida Marechal Floriano Peixoto e no binário da avenida Mário Tourinho, no bairro Campina do Siqueira, há bloqueios parciais e os usuários podem optar por roteiros alternativos para fugir dos congestionamentos (veja no mapa).
O secretário municipal de Obras de Curitiba, Mário Tookuni, diz que essas são as obras que envolvem um maior tráfego, mas que há cerca de 330 intervenções em toda a capital que acabam influenciando até mesmo vias de menor fluxo. "São obras de saneamento, pavimentação e ampliação de redes de iluminação pública. Escolhemos concentrá-las nessa época do ano porque o fluxo de veículos é menor devido às férias escolares", diz Tookuni.
Três das 11 principais obras serão concluídas nos próximos 15 dias (veja ao lado), porém cerca de 5,6 mil motoristas terão seis meses para conviver com os transtornos provocados pelo bloqueio do trecho que antecede um dos cruzamentos mais movimentados da cidade: o da via rápida sentido bairro-Centro (rua Eduardo Carlos Pereira) com a avenida presidente Kennedy, no Portão.
Rotina movimentada
A rotina no local começou a ser alterada ontem para a criação de uma trincheira, devido a um novo shopping center que está em construção. Apesar da indicação de agentes de trânsito da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) e de placas indicativas, o movimento foi intenso durante todo o dia. "Em dias normais formavam-se engarrafamentos de 200 metros. É um transtorno temporário que vai melhorar o tráfego no futuro", afirma Tookuni.
A medida agrada a boa parte dos motoristas que passam pelo local constantemente, como o taxista Elias da Silva, 49 anos, que passa até quatro vezes por dia por ali. "Se o resultado for bom acho que vale a pena passar por isso", diz. Já moradores e comerciantes da região não estão tão contentes com a medida. Dércio Horácio da Silva Júnior, 34 anos, proprietário de uma loja de automóveis que fica na esquina do bloqueio, reclama de uma queda de 100% no movimento. "Por enquanto só está me trazendo prejuízo e não sei como vai ser depois, porque não sei onde será rebaixamento da via", diz ele.
Para os moradores das ruas próximas ao bloqueio, onde está sendo feito o desvio do tráfego, sobram transtornos e reclamações. A dona de casa Órzea Batista, 66 anos, que mora na rua Daisy Luci Berno, onde o fluxo de veículos foi concentrado para o desvio, não gostou do movimento. "Preciso fazer fisioterapia e não há como o táxi parar por aqui, tenho dificuldades para andar", diz. Já o despachante imobiliário Caius Dalagassa, 25 anos, que mora num conjunto de prédios localizado no trecho bloqueado, não sabia como ia entrar no estacionamento de casa. "Falei com um agente de trânsito e ele me disse que o acesso de moradores não foi previsto pelo engenheiro", afirma.
O assessor técnico do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver Ubiratan Teixeira, explica que a obra está sendo fiscalizada pelo órgão e que o acesso de moradores estava previsto no projeto. "Ao longo da obra pode haver alguma dificuldade, mas isso não vai se prolongar durante todo o dia", diz.
Atenção aos desvios
Nos 11 pontos de obras os motoristas devem ficar atentos aos desvios. Na obra da via rápida do Portão, ele pode ser feito à direita pela Rua Daisy Luci Berno e pela Avenida da República, ou pela Avenida República Argentina, paralela à rápida. "Mas o melhor mesmo é que as pessoas optem por utilizar o transporte coletivo e aprendam a dar carona", diz a gerente de operações de trânsito da Urbanização de Curitiba S.A., Guacira Civolani.
No mesmo trecho, 19 linhas de ônibus estão sendo desviadas. A linha Wenceslau Braz deixa de passar pela Avenida Presidente Kennedy e passa a trafegar pelas ruas Wilson França e Alagoas. Já as linhas Vila Cubas e Novo Mundo deixam de passar pela Rua Ponta Grossa.
Na Avenida Batel, o desvio ocorre para quem vai do sentido Centro-bairro, entre as ruas Bento Viana e Bruno Filgueira (na Praça do Batel). Neste caso, os motoristas devem optar em seguir pela Avenida Visconde de Guarapuava ou pela Rua Carlos de Carvalho. Todas as linhas de ônibus que passam pelo local estão com paradas na Avenida Visconde de Guarapuava.
Na Avenida Marechal Deodoro, os desvios devem mesmo é ser feito pelos pedestres. A obra de recuperação de calçadas, prevista para terminar na segunda quinzena de março, entre a Avenida Mariano Torres e a Rua Desembargador Westphalen, ainda não atrapalha o trânsito no local. Nesta semana, os serviços estão entre a Travessa da Lapa e a Rua Barão do Rio Branco. O dono de uma banca de revistas, Nelson Fávaro, 61 anos, não acha ruim de seu estabelecimento estar bem no meio da intervenção. "Atrapalha um pouco o movimento, mas é para melhorar depois", diz.
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