Oficinas para a vida

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Foco no Enem é realidade para a maioria das salas de aula de Ensino Médio. No entanto, nem sempre é evidente trabalhar com eficiência as competências avaliadas pela prova de redação do Exame Nacional. Dominar a escrita, entender, interpretar e intervir na vida social: exigências que assustam os candidatos, mas que relembram a importância da função social da aprendizagem. Este é o caso das aulas da professora Danielle Fracaro da Cruz, que leciona no Colégio Sesi Internacional de Curitiba. O ensino na unidade, além de bilíngue, dispõe de oficinas – metodologia presente em toda a rede de colégios SESI –, nas quais os alunos são desafiados a resolver uma problemática gerida por meio de temas contemporâneos.

Recebendo edições diárias da Gazeta do Povo, Danielle utiliza o jornal em diferentes momentos (foto). “Cabe, sim, a todas as disciplinas trabalhar a leitura e a produção para compartilhar experiência e vivência, de modo que a interdisciplinaridade contribua para a formação de um indivíduo capaz de se apropriar do que for relevante e pesquisar o que lhe cause dúvidas sobre o mundo real.”

A oficina Globettrotters – que aborda o viajar sob diferentes perspectivas – provocou análise de informações, reflexões sobre valores e busca por soluções sustentáveis. Por meio de leituras e análise de diferentes gêneros, os alunos estudaram as Vanguardas Europeias e, baseados em Receita para fazer um poema dadaísta, de Tristan Tzara, realizaram a produção de poemas tendo como recurso o próprio jornal. “O trabalho com a Gazeta do Povo foi fundamental, pois eles enxergaram a aplicabilidade do texto, com produção e desenvolvimento da criticidade”, conta a professora. Já as oficinas Game World e Hi Tech buscaram a construção e percepção da tecnologia, além de sua contribuição e seu impacto na construção dos valores e anseios sociais. Aqui, a linguagem jornalística favoreceu mais uma vez os trabalhos: em equipes, os alunos avaliaram as vantagens e desvantagens da tecnologia por meio de crônicas e charges. Ao final, um minijornal foi produzido, possibilitando o compartilhamento dos conteúdos em diversas disciplinas. Os estudantes ainda têm a possibilidade de participar da oficina optativa SESI News, na qual realizam a prática de atividades voltadas ao jornalismo e à informatividade. Eles mesmos se organizam na divisão das tarefas, tornando-se integralmente responsáveis pela edição, correção, diagramação e tradução para diferentes idiomas.

“O papel da mídia é ir além da informação e, assim, impactar o dia a dia dos leitores, para que possam construir o discernimento. É fundamental que os alunos percebam o real, relacionem os conteúdos das diversas disciplinas e entendam o universo interdisciplinar que se faz presente na realidade”, conclui Danielle.