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África

ONG pede soltura de missionários brasileiros no Senegal

A prisão temporária foi decretada em novembro do ano passado, após a denúncia do pai de uma das crianças atendidas pelo projeto, que acusou os missionários de acolherem seu filho sem sua autorização

Em menos de cinco dias, 15 mil pessoas já assinaram um abaixo-assinado pedindo a libertação de dois missionários brasileiros presos no Senegal há mais de quatro meses. José Dilson da Silva e Zenaide Moreira Novaes - que atuam no continente africano em um projeto de auxílio a crianças de rua - foram detidos sob acusação de tráfico de menores e formação de quadrilha.

A prisão temporária foi decretada em novembro do ano passado, após a denúncia do pai de uma das crianças atendidas pelo projeto, que acusou os missionários de acolherem seu filho sem sua autorização. "A criança procurou o abrigo por livre iniciativa, já que o local oferece alimentação e até atendimento médico. Ele não tinha contato com os pais há muito tempo, morava na rua", diz Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio da Paz, que encabeça a petição pública.

Numa primeira audiência judicial, as acusações de tráfico de menores e formação de quadrilha foram consideradas infundadas. Contra os missionários, no entanto, pesam outras duas denúncia: o projeto não estava legalizado e os missionários não tinham permissão dos pais para atender os menores.

Recentemente, um pedido de habeas corpus foi negado sob a justificativa de que poderiam fugir do país e porque apresentariam ameaça à ordem pública.

No ano passado, uma comissão de congressistas chegou a ir ao Senegal falar com as autoridades locais, mas não teve sucesso.

O Itamaraty afirma que a embaixada brasileira no Senegal realiza o acompanhamento jurídico, mas que não pode intervir na soberania de um outro país, desde que o trâmite legal esteja sendo seguido e não haja desrespeito aos direitos humanos.

Mas a "pressão da população já pode ter começado a ter efeito - a prisão dos missionários foi um dos temas tratados em uma reunião, ontem, do ministro Antônio Patriota com o chanceler de Senegal, Mankeur Ndiaye.

História

Silva faz parte do corpo de missionários enviados ao exterior pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, que mantém 130 agentes em 30 países - 9 no Senegal. Ele trabalha há 22 anos em projetos missionários na África, tendo passado a maior parte deles em Guiné-Bissau. Em 2005, foi para o Senegal com a mulher e os três filhos.

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