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Uma grande operação contra crimes ambientais cumpre nesta terça-feira (24) 29 mandados de prisão e 95 de busca e apreensão no assentamento Celso Furtado, no município de Quedas do Iguaçu, no Oeste do Paraná. De acordo com a Polícia Federal, que comanda a ação, os alvos das prisões são acusados de expulsar famílias assentadas e ocupar lotes para extrair madeira ilegalmente e, em associação com empresários, processar o material e vender na região.

A área do assentamento foi adquirida pela União em 2004, e abriga 1097 famílias, segundo o Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária (Incra). O terreno, antes de ser repassado à reforma agrária, pertencia a uma empresa de reflorestamento. Dos 23.733 hectares que compõem Celso Furtado, 5.390 (22,71%) são área de preservação ambiental.

A Operação Tolerância Zero, como é denominada a ação desta terça, conta com a participação de 240 policiais federais, 258 policiais militares, além de 28 servidores do Incra e 23 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os 549 servidores públicos concentraram-se no início da manhã em instalações do Exército Brasileiro em Cascavel, também no Oeste do Paraná, de onde partiram para os trabalhos com o uso de dezenas de veículos e dois helicópteros.

A investigação que levou ao pedido das prisões foi feita pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente, sediada em Curitiba. Segundo o Incra, 24 denúncias sobre as ocorrências já foram feitas pelo órgão à polícia desde 2005. O relatório das apurações foi submetido à Justiça Federal em Cascavel, que detém jurisdição sobre a área do assentamento. Após manifestação favorável do Ministério Público Federal, foram expedidos os mandados solicitados pela PF.

A Justiça Federal ainda determinou interdições de serrarias onde é processada a madeira da área de assentamento Celso Furtado. Os estabelecimentos estão localizados em 11 municípios da região, alguns a poucos metros da entrada dos lotes. De acordo com a PF, algumas serrarias clandestinas já foram identificadas no interior do assentamento, e também serão alvo de interdição. Caso sejam encontrados trabalhadores nesses locais, poderá haver prisões em flagrante.

Todos os presos serão encaminhados, após interrogatório, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, onde ficarão recolhidos à disposição da Justiça Federal.

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