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Nego Jenho, Daniel, Marcos e Sola: os suspeitos de mutilar endividados pelo tráfico | Adílson Mendes / Diário Popular
Nego Jenho, Daniel, Marcos e Sola: os suspeitos de mutilar endividados pelo tráfico| Foto: Adílson Mendes / Diário Popular

A polícia apresentou nesta quinta-feira (14) o resultado da chamada Operação Pinheirinho, como foi batizada informalmente a ação que resultou na prisão de uma quadrilha de traficantes que mutilava devedores desde o início deste ano em Curitiba. Uma das vítimas teve o pênis cortado. Outra foi empalada com um toco de árvore.

A primeira vítima fatal da quadrilha formada por cinco traficantes foi encontrada em 5 de janeiro. Ricardo, que ainda não foi identificado no Instituto Médico Legal, foi morto com mais de 30 facadas em um terreno baldio. De acordo com investigação da Delegacia de Homicídios, ele tinha dívidas com Solange "Sola" de Souza Alves, 49 anos, e Jéfferson "Jeff" Souza Alves, sobrinho de Sola.

"A quadrilha se estabeleceu com firmeza em abril", afirma a delegada Iara Dechiche. Sola e Jeff recrutaram novos criminosos ao bando: José Eugênio "Nego Jenho" do Nascimento, 42 anos, Marcos "Wiskey" Aurélio Batista dos Santos, 30 e Daniel Rodrigues Damasceno, 31. Eles agiam principalmente nos bairros Pinheirinho e Capão Raso.

A crueldade do bando aumentou e teve novo capítulo no dia 7 de abril. Marcelo José Godoy, 28 anos, morreu com facadas e tiros por dever dinheiro ao grupo. A quadrilha ainda introduziu um toco de madeira no anus da vítima. Na época, alguns investigadores chegaram a cogitar que se tratava de algum estuprador ou pedófilo da região, mas a hipótese não se confirmou. Agora, com a investigação concluída, está esclarecido que Marcelo era usuário de drogas e teve uma desavença com Jeff e Daniel.

Dois meses depois, no dia 6 de junho, Rafael Ricardo de Carvalho, 20 anos, ex-aliado da gangue, foi morto. A motivação, segundo a polícia, Se deu porque Rafael estava consumindo a droga que deveria vender. A quadrilha o matou com tiros e esmagou o crânio com um bloco de concreto.

No dia seguinte ao assassinato de Rafael, a quadrilha matou outro endividado por drogas: Jorge Luiz de Souza, 45 anos, morreu com 14 facadas. O corpo foi encontrado em um terreno baldio, com o órgão sexual cortado.

A última vida tirada pelo bando foi no dia 22 de julho. Josimar Diego de Lima, 22 anos, foi morto a tiros na casa de Nego Jeff. Assim como Rafael, Josimar era um aliado que estava consumindo o produto que deveria comercializar.

Operação Pinheirinho

Com base em diversas provas, a Delegacia de Homicídios solicitou a prisão temporária do bando. Foram convocados policiais do Tigre e da Polícia Militar. Os mandados foram cumpridos em quatro locais distintos do bairro Pinheirinho. Jeff está foragido.

Além das prisões temporárias por homicídios, os policiais pegaram em flagrante armas e drogas que configuram tráfico de drogas. Daniel era o único membro do grupo que tinha passagem pela polícia: porte ilegal de arma e pelo artigo 180, receptação de artigos ilegais.

Outro lado

Todos negaram participação nos crimes. "O ‘Rafinha’ [uma das vítimas] era um terror no bairro. A mãe dele que inventou um monte de coisa para achar um culpado", alegou Daniel, o único a constituir advogado. Segundo o preso, Rafael era um punguista conhecido do bairro.

Todos admitiram consumir crack, exceto Nego Jenho: "Meu negócio é maconha e... [faz o sinal universal do consumo de bebida, com o polegar levantado em direção a boca]".

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