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Curitiba

Operação prende 13 suspeitos de envolvimento em assassinatos e tráfico

Prisões ocorreram no bairro Uberaba, na capital. Duas facções ligadas ao tráfico foram descobertas pela polícia. Treze mortes são atribuídas aos detidos

Presos foram apresentados na tarde desta terça-feira (20), pela DH | Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo
Presos foram apresentados na tarde desta terça-feira (20), pela DH (Foto: Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo)
O delegado Jaime da Luz, durante entrevista coletiva |

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O delegado Jaime da Luz, durante entrevista coletiva

Uma operação deflagrada pela Delegacia de Homicídios (DH) na madrugada desta terça-feira (20), no bairro Uberaba, em Curitiba, terminou com a prisão de 13 pessoas, suspeitas de envolvimento em assassinatos e com o tráfico de drogas. Segundo a polícia, eles podem estar relacionados a 13 mortes ocorridas no bairro, desde a metade do ano passado. A DH cumpriu ainda 14 mandados de busca e apreensão e deteve um adolescente, que também teria participação nos crimes.

Batizada de "121", a operação se concentrou em um conjunto habitacional no Jardim Primavera, cujos moradores haviam sido realocados da Vila Lorena, no Uberaba. Segundo o delegado Jaime da Luz, responsável pelas investigações, foram identificadas duas facções envolvidas com o tráfico de drogas. Apesar da rivalidade, os grupos permaneciam em relativo equilíbrio. A paz foi rompida em junho de 2010, com a morte de Everton dos Anjos, de 26 anos. "Foi um homicídio passional, que acabou motivando uma série de vinganças entre os grupos, impulsionando os assassinatos na localidade", disse Jaime da Luz.

As investigações revelam laços familiares e de proximidade entre os envolvidos. Segundo o delegado, todos os presos se conheciam. O primeiro assassinado – Everton dos Anjos – era parente de dois dos presos: os irmãos Willian e Wellington dos Anjos, de 19 e 21 anos, respectivamente. Outra vítima – Gilmar Padilha dos Santos, de 18 anos, assassinado em janeiro deste ano – era Dirceu Alves Veloscki, de 25 anos, que foi preso na operação. A mãe deles, Eva Alves Veloscki, de 46 anos, também foi detida.

Segundo o delegado, a maioria dos presos são citados em mais de três assassinatos. Dentre as pessoas detidas, seis são mulheres. As investigações apontam que elas tinham funções específicas nas organizações: seriam responsáveis por manter pontos de tráfico e atuar na guarda das armas das facções.

Presos e foragidos

A operação tinha por objetivo cumprir 17 mandados de prisão. Quatro dos "alvos" não foram localizados pelos policiais. Entre eles, um homem apontado como gerente de uma das quadrilhas e membro da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a polícia, ele é marido de uma das mulheres presas na operação. "Infelizmente, ele não estava em casa e permanece foragido", disse Jaime da Luz.

Além de Willian e Wellington dos Anjos, de Dirceu Veloski e Eva Velscki, também foram presos Jonathan Gonçalves Vieira, de 20 anos, Maiky Alisson Reinert, de 20 anos, Genilson Antônio Gonçalves Lima, de 32 anos, Cleverson Eduardo da Rocha, de 20 anos, Edinéia Soares Rosa, de 29 anos, Patrícia Naiser de Mendonça, de 34 anos, Maria Marlene Naiser, de 54 anos, Rosely Cardoso, de 45 anos e Maria Madalena de Souza, de 27 anos.

"A prisão tem validade de 30 dias. Neste período, vamos fortalecer as bases de informações para saber a real dimensão do envolvimento de cada um, em cada uma das mortes", explicou Jaime da Luz. Os presos foram encaminhados ao Centro de Triagem II, em Piraquara, na região metropolitana.

Outra operação

Esta foi a segunda operação realizada pela DH, sob a chefia do delegado Rubens Recalcatti.No dia 4 de novembro, nove pessoas foram presas em uma área de invasão conhecida como "Favela da Portelinha", entre os bairros Santa Quitéria e Campo Comprido. Na ocasião, a polícia apontou que um grupo era responsável por manter pontos de tráfico no local e estaria envolvido em crimes motivados também por desavenças e brigas. "O que a gente percebeu nas investigações é que trata-se de um grupo que fazia justiça com as próprias mãos. Dentre os assassinatos, alguns foram cometidos até por conta de brigas de bar", disse o delegado Cristiano Quintas dos Santos.

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