Brasília O requerimento para que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, compareça ao Senado para prestar esclarecimentos sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa será colocado em votação logo que seja desobstruída a pauta da Casa. A informação foi dada pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), é o autor do requerimento.
A pauta do Senado está trancada por três medidas provisórias (MP). A primeira é a MP 278/06, que destina R$ 80 milhões ao Ministério da Integração Nacional para atendimento das populações vítimas de estiagens e de enchentes do início do ano nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. A segunda é a MP 279/06, modificada pelo PLV 8/06, que aloca R$ 890 milhões ao Ministério das Cidades para obras de urbanização e construção de moradias para famílias de baixa renda. A terceira medida é a 280/06, que reajusta em 8% a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física a partir de 1.º de fevereiro.
Numa exaustiva batalha contra deputados da oposição, na última quinta-feira, Bastos teve de recorrer à sua vasta experiência de criminalista para explicar ao Congresso, e ao país, que seu ministério não participou de qualquer operação de ajuda ao ex-ministro Antônio Palocci, quando este tentou, por todos os meios, defender-se das denúncias de quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo.
O ministro não convenceu a platéia de que, ao providenciar um advogado para Palocci, agiu apenas como amigo, não como ministro de Estado. Os oposicionistas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara também não aceitaram a tese de que seus imediatos Cláudio Alencar e Daniel Goldberg não ajudaram Palocci ao visitá-lo no dia 16 de março. O que persistiu, para muitos presentes, foi a suspeita de que foi usado o poder do Estado para ajudar um amigo em apuros.
A mesma impressão, porém de forma bem mais clara e direta, foi deixada por outro episódio, três semanas antes. Foi quando o ainda ministro Palocci, para retaliar o caseiro Nildo por suas acusações, valeu-se do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, e este de um consultor, uma superintendente de RH e um gerente, para chegar ao extrato do caseiro.



