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Com tantas instituições diferentes atuando na tragédia, a ajuda nem sempre é organizada. Também surgem conflitos, como o ocorrido recentemente no Rio de Janeiro. Na cidade de Teresópolis, voluntários da Cruz Vermelha disseram terem sido impedidos pela prefeitura de ajudar as vítimas, enquanto o poder público negava a ação. A professora Norma Valên­cio, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres da Universidade Federal de São Carlos, observa a ocorrência de disputas entre as partes envolvidas. "Nos estudos do nú­­­cleo, sabemos que não há um caos, mas racionalidades distintas que entram em disputa por controle na cena, embates materiais e simbólicos que menosprezam a participação do afetado", diz.

A professora completa que a ajuda é importante quando cobre deficiências do estado, mas "irritante" quando se sobrepõe às ações institucionais e inviabiliza o maior controle público sobre o atendimento das demandas emergenciais. Para ela, a melhor maneira de organizar a resposta a um desastre natural é envolvendo os afetados no processo.

O professor de Geografia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Marcelo Motta, diz que a ajuda é importante, mas que ela precisa ser organizada. "Precisa ter uma gestão para saber quem está no comando e isso não pode ser feito na hora", diz. "Minha percepção de campo é que a organização é feita na hora, ainda não existe essa cultura no Brasil."

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