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A presença de animais na segurança pública contribui para a manutenção da ordem. Seja no policiamento ostensivo, na desmobilização de distúrbios ou mesmo em investigações e buscas, cães e cavalos muitas vezes cumprem tarefas que seriam executadas por vários homens. Como na busca de pessoas em matas: o que um único cachorro farejador faz seria possível com aproximadamente 30 homens sem o animal. Essa é apenas uma das funções que os 226 cachorros e 120 cavalos da Polícia Militar (PM) e os seis cães da Polícia Civil cumprem diariamente em todo o estado.

A simples presença do animal inibe a ação de criminosos. Bem como aproxima a polícia da população. "Basicamente, o animal afasta os criminosos, que vêm o policial de longe por estar em cima do cavalo, e aproxima as pessoas de bem, que sempre querem saber como é o trabalho e a vida do bicho", afirma o major Heraldo Régis da Silva, subcomandante do Regimento Coronel Dulcídio de Polícia Montada. Opinião compartilhada pelo segundo tenente João Rodrigues Feitosa, comandante do Canil Central da PM. "Às vezes fazemos abordagens em bares e, após a ação, ao invés de as pessoas reclamarem, o que seria comum se não tivesse o animal, elas chegam até a pedir para tirar fotos com os cães", aponta Feitosa.

Para ir às ruas, os animais seguem um treinamento rígido, mas que descarta o uso de violência. No treinamento, eles são recompensados a cada tarefa cumprida. São pequenos prêmios, que vão desde um torrão de açúcar para o cavalo ou um pedaço de salsicha para o cachorro, até um simples afago.

Em relação aos cães farejadores de droga, nenhum fica viciado, até porque não há contato direto com o entorpecente. Nos treinamentos, são utilizados bastões cujo conteúdo simula o cheiro da substância, evitando qualquer contato. "Para eles, procurar e achar a droga não é trabalho, é diversão", ressalta Feitosa.

No caso dos eqüinos, o potro começa a ser treinado com três anos. Em três meses, o animal está apto ao trabalho. Para os cães, o tempo depende da função a ser exercida. Em busca de pessoas em estruturas colapsadas (soterramentos, desmoronamento de edificações etc), por exemplo, o faro de um cachorro labrador (que chega a atingir três metros de profundidade) precisa ser treinado por dois anos. Em todos os casos, as qualidades dos animais são atualizadas constantemente em treinos.

Relacionamento

O sucesso do trabalho dos animais na segurança pública dependente do relacionamento com os policiais com quem trabalham. No caso dos cavalos, explica o major Silva, se o cavaleiro estiver desconcentrado, o animal não cumpre as ordens. Principalmente se o eqüino for de má índole – os mais temperamentais. "Alguns cavalos sentem que o cavaleiro está com medo e, se for de má índole, chegam a derrubá-lo. Mas o cavalo também sabe quando o cavaleiro vai dominá-lo", aponta.

Com os cachorros, o relacionamento é ainda mais estreito. Os cães têm parceiros fixos no policiamento. A relação é tão próxima que quando o policial sai de férias o animal também ganha descanso. "Chega ao ponto de o cachorro não ver o parceiro como homem, mas como um integrante da sua própria matilha", ressalta o tenente Feitosa.

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