Curitiba A família do paranaense Valdomiro Henrique Machado, depois de duas semanas de angústia e muita espera, pôde enterrar o corpo do consultor, ontem, às 16 h, em Brasília. Ele é uma das vítimas da queda do Boeing da Gol, no dia 29 de setembro, no Mato Grosso.
O corpo de Machado foi um dos seis identificados ontem pelo Instituto Médico Legal do Distrito Federal. No total, 140 dos 145 corpos levados pela Força Aérea Brasileira à capital federal foram identificados. Destes, 125 foram retirados por familiares. Morreram no acidente 154 pessoas. Quatro corpos até ontem não haviam sido encontrados.
Valdomiro Machado foi funcionário da Copel e trabalhou em Apucarana e Londrina. Ele mudou com a família para Brasília em 1980 para trabalhar na Eletronorte. Aposentado, Machado estava em Manaus dando consultoria na implantação de termelétricas na capital do Amazonas. Ele havia terminado seu trabalho e voltava para casa, quando o avião bateu com o jato Legacy, que estava na mesma altitude e voava em sentido contrário, e caiu na floresta.
"Ele tinha me dito que seria a última viagem dele. Que ele iria parar de fazer as consultorias", contou Neusa Felipetto Machado, esposa de Valdomiro. Segundo Neusa, ele fazia planos para o verão e havia pedido a um dos irmãos que mora em Curitiba, para alugar uma casa em Caiobá. "Ele queria passar janeiro todinho na praia."
Valdomiro e Neusa passaram uma semana em julho visitando parentes no Paraná. Estiveram em Curitiba e também em Apucarana. Do Norte do estado, Machado foi direto para Manaus. Valdomiro Henrique Machado deixou três filhos e três netos.
No começo da manhã de ontem, as equipes da FAB retomaram as buscas pelos quatro corpos que continuam desaparecidos. Na quarta-feira, cinco corpos foram encontrados embaixo do trem de pouso e de parte das asas do avião.



