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Avião da Força Aérea Brasileira trouxe os profissionais da ilha caribenha para Curitiba | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Avião da Força Aérea Brasileira trouxe os profissionais da ilha caribenha para Curitiba| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Avaliação

Principais barreiras são a língua e o clima frio, diz tutor

Tutor dos cubanos no estado, o professor de medicina da Universidade Federal do Paraná, Edevar Daniel, explica que a avaliação dos estrangeiros é feita por meio de visita mensal. "Fazemos o acompanhamento das atividades, para ver se eles estão cumprindo horário, prescrevendo a medicação correta, se estão mesmo atuando na atenção básica e não em ambulâncias ou emergência." Segundo Daniel, até o momento as principais barreiras são o idioma e o clima, sobretudo nas regiões mais frias, no Sul do Paraná. "Eles ainda estão em adaptação, mas estão indo bem, foram bem acolhidos."

Registros

As avaliações dos profissionais estrangeiros, para emissão de registro profissional provisório, são feitas pelo Ministério da Educação. Dos 2,3 mil avaliados nesta etapa, 19 foram reprovados por obter nota inferior a 3, e outros 156 ficaram em recuperação, com notas entre 3 e 5. Segundo o Ministério da Saúde, dois médicos apresentaram problemas de saúde e voltaram para Cuba, e seis aguardam a validação dos documentos para trabalhar.

Noventa e oito profissionais cubanos que atuarão em 53 municípios paranaenses, dentro do programa Mais Médicos, começaram a chegar ao estado na tarde de ontem. A equipe é menor do que a anunciada na semana passada pelo Ministério da Saúde – 104 profissionais estrangeiros eram esperados – e deve contemplar, inicialmente, três municípios a menos.

Doutor Ulysses (na Região Metropolitana de Curitiba), Sertanópolis (Norte do estado) e Turvo (Região Central), que ainda não receberam médicos do programa, terão de aguardar pelo menos duas semanas para saber se poderão contar com o trabalho dos cubanos ainda neste ano. O período, segundo o governo federal, é necessário para a reavaliação de mais de 150 estrangeiros que ficaram em recuperação nas provas de Língua Portuguesa e conhecimentos em atenção básica de saúde.

Por volta das 16 horas de ontem, um avião da Força Aérea Brasileira pousou no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, trazendo de Brasília 40 médicos cubanos. Eles foram recebidos pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que avaliou o programa como bem sucedido até o momento.

Uma hora mais tarde, outro grande grupo de cubanos chegou ao local. O restante dos médicos deve desembarcar em Curitiba na manhã de hoje. Os 98 cubanos irão se juntar a outros 134 profissionais – brasileiros e estrangeiros – que já atuavam pelo Mais Médicos em 30 municípios paranaenses. A expectativa é de que, já no próximo dia 9, o Paraná tenha 232 médicos do programa atendendo em 64 cidades.

Ambientação

Os recém-chegados devem passar uns dias em Curitiba, conhecendo a rede pública do estado e as características epidemiológicas da população, e, na tarde de quinta-feira, seguirão para os municípios. Aos 31 anos, Rafael Perez é um dos cubanos que deixou a terra natal – Manzanillo (750 quilômetros de Havana) – para contribuir com a saúde do povo brasileiro. "A presença dos médicos é necessária. A saúde do povo não tem preço, tudo o que eu puder fazer para ajudar é necessário", disse, ao desembarcar. Designado para o município de Mercedes, na fronteira com o Paraguai, ele espera encontrar muito trabalho pela frente. "São 4,7 mil habitantes, mas a saúde é igual em Cuba, Venezuela."

Formada na Universidade de Havana, em 1984, Elsa Osespalomino, 55 anos, deixou dois filhos em Cuba para participar do Mais Médicos. Sobre Balsa Nova, a cidade paranaense onde deve atuar, conhece informações básicas. "Tem uns 10 mil habitantes [na verdade é de 11,3 mil segundo o último censo] e o prefeito se chama Luiz."

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