
Com relatos sensíveis de pessoas que vivem à margem da sociedade, uma página no Facebook (www.facebook.com/rio.invisivel foto) vem chamando a atenção dos internautas. Rio Invisível, que entrou no ar no dia 2 de setembro, já registra mais de 20 mil "curtidas" e tem conquistado cerca de mil seguidores por dia na última semana, trazendo histórias de moradores de rua. O objetivo é ser "um exercício diário de enxergar a vida pelas ruas da cidade - redirecionar o olhar para os que estão ali".
O projeto é obra da jornalista Yzadora Monteiro e do publicitário Nelson Pinho, ambos com 23 anos, que se inspiraram na página homônima paulista SP Invisível, que entrou no ar no dia 11 de março e tem cerca de 74 mil seguidores. "Quando a gente criou a página, ainda fiquei uma semana andando com a máquina na bolsa e não tinha coragem de tirar a primeira foto. Quanto tive coragem, a primeira pessoa que entrevistei foi o Amadeu, um senhor que eu sempre via no caminho do ponto de ônibus para o trabalho, então foi um começo encorajador, porque era uma pessoa que eu já via há muito tempo", lembra Yzadora.
Os relatos, sempre acompanhados de foto, são autobiográficos e contextualizam as condições em que essas pessoas vivem ou foram parar nas ruas. Histórias muitas vezes trágicas, normalmente tristes, mas a maioria esperançosas. Segundo Yzadora, a ideia é desvendar um mundo desconhecido e enxergar o outro, que muitos preferem não ver.
"A gente não coloca nenhum juízo de valor, porque no começo vínhamos ainda com muitos preconceitos. Então, a gente perguntava: é difícil morar na rua, você não gosta de morar aqui? Agora, só perguntamos: como é morar na rua? Tiramos todo esse juízo de valor e temos recebido respostas diferentes do que recebíamos no começo, e isso foi muito legal."
Nos comentários, pessoas sensibilizadas pelas histórias oferecem ajuda, se inspiram e demonstram admiração pela força e pelo exemplo de vida. "Perguntamos se a pessoa está precisando de alguma coisa, o que pudermos ajudar, na hora a gente ajuda. É legal esse envolvimento, até foi criado um grupo que chama Rio Invisível Mãos à Obra, feito por um pessoal que curte a página, para poder mobilizar essas ações solidárias", diz Yzadora.



