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Educação

Pai faz queixa contra aprovação

Claudemiro Nobre fez pedido formal de mudança da lei. Segundo ele, seus dois filhos não poderiam ter passado de ano

Yvelise Arco-Verde: sem pressão | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Yvelise Arco-Verde: sem pressão (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Londrina - Claudemiro Nobre formalizou ontem sua insatisfação com a aprovação dos seus dois filhos, mesmo com notas baixas, no ensino médio de uma escola da rede estadual do Paraná. O pai foi até o Núcleo Regional de Ensino (NRE) de Londrina e pediu a mudança na legislação dos conselhos de classe. Nesta semana, a RPCTV mostrou a revolta dele depois que os filhos apresentaram notas baixas durante todo o ano letivo da rede estadual, mas foram aprovados pelo conselho de classe.

A notícia repercutiu por todo o estado. Foram inúmeros os e-mails e comentários de professores, pais e até alunos relatando histórias semelhantes. As mensagens alegam, em sua maioria, que existe pressão da Secretaria de Estado da Educação para aprovação do maior número possível de alunos.

A secretária de Educação, Yvelise Arco-Verde, nega tal determinação. De acordo com ela, o Paraná até poderia ter optado por fazer aprovação automática, como em outros estados. Mas os números mostram que há 200 mil reprovações por ano no estado. Segundo ela, a intenção é não reprovar os alunos desnecessariamente, o que poderia punir os estudantes de menor renda e aumentar a exclusão social.

Na ouvidoria do núcleo, uma servidora explicou o funcionamento do conselho. Segundo ela, no conselho, o professor fica sabendo de mais informações sobre os alunos e interage com outros professores e com a equipe pedagógica. Por meio dos pedagogos, também ouve o que a família diz à escola. "Passam aos professores para eles terem conhecimento e poderem ter um olhar diferenciado sobre o aluno", disse a servidora, em reportagem veiculada no ParanáTV 1.ª Edição.

A chefe do núcleo, Márcia Lopes, disse que o aluno não é somente avaliado pelas notas do boletim. "Tem o rendimento, as faltas, o desempenho do aluno, o que ele foi avançando, as diversas avaliações que foram propostas", afirmou. Apesar das explicações, Claudemiro Nobre considera confusa a legislação e pede mudanças. "Não estou pedindo que reprovem meu filho. Eu quero que mudem essa legislação e façam valer as notas que eles tiraram durante o ano", afirmou.

O apelo vale para qualquer família que esteja insatisfeita com o conselho de classe e com outras situações dentro da escola. A orientação é procurar a direção do colégio e, em casos mais graves, oficializar a denúncia nos Núcleos Regionais do Paraná. "Nossos filhos não estão sendo educados, mas empurrados para os anos seguintes sem a menor avaliação", desabafou.

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