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Educação

Pais devem achar tempo para a escola

Participação da família na vida escolar é essencial para o desenvolvimento da criança

Karina, com o marido e os filhos: fim de semana é reservado para o lazer em família | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Karina, com o marido e os filhos: fim de semana é reservado para o lazer em família (Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo)

A rotina de trabalho estressante faz com que muitos pais e mães só tenham a oportunidade de ficar com os filhos por um período curto durante a noite. Surge então a dúvida: como acompanhar e incentivar a aprendizagem da criança? A participação da família na educação é essencial para o desenvolvimento dos meninos e meninas e é justamente por isso que tira o sono de pais e mães. Especialistas afirmam, entretanto, que o mais importante não é o tempo, e sim a qualidade. O acompanhamento pode ocorrer em atividades cotidianas, como a elaboração da lista do mercado ou a leitura conjunta de livros.

A cerimonialista Andrea Ma­­tesich e a advogada Karina Lúcia Woitowicz vivem diariamente a tensão de ter de se dividir entre o emprego e os filhos. As dúvidas sempre permanecem. O que é o certo nessa hora? Esta­belecer horário para o estudo? Acom­panhar a realização das tarefas? Como incentivar o interesse pela escola no dia a dia? Para especialistas, o mais importante é que a criança saiba que pode contar com os pais e que acima de tudo eles se importam com a aprendizagem.

Karina já tem um filho de 20 anos e diz que, por isso, se sente mais segura hoje em relação à educação das duas filhas menores, de 6 e 3 anos.As duas meninas chegam à escola às 8 horas e só retornam para casa depois das 18 horas. Nesse período, ela, o marido e o filho estão no trabalho. "Brinco que chego à noite e começo meu terceiro expediente."

Karina fica responsável pelo banho e o marido, pela janta. "Sempre conversamos com elas sobre a escola, mas é difícil porque estão tão cansadas nesse horário." A saída encontrada pela mãe foi reservar os fins de semana para a família. Fre­quentemente eles vão a uma chácara e lá podem curtir os filhos.

Andrea vive o mesmo dilema. Até junho deste ano ela tinha dois empregos e fazia faculdade à noite. Mesmo assim, a filha Lara tem uma rotina definida. Chega da escola no fim da tarde, faz um lanche, tem seu horário de lazer, mas às 20 horas é sagrado: horário da lição. A mãe acompanha a realização das tarefas quase todos os dias. Como está no último ano da graduação de Pedagogia, Andrea vai às aulas somente uma vez por semana. Elas incorporaram a educação na rotina diária da família. Lara ajuda a fazer a lista do supermercado e, com isso, treina a escrita, ajuda a colocar os pratos na mesa e exercita a matemática. Outra tarefa que a mãe faz questão de ter junto com a menina é a leitura. "Já criamos uma minibiblioteca para ela e lemos juntas todas as noites."

Para a psicopedagoga Maria Anita de Souza Castro, a saída para pais que têm o cotidiano cor­­rido é justamente a encontrada pelas duas mães. Ela afirma que os pais devem saber qual o projeto pedagógico e a rotina da escola. "A família pode assistir a um filme sobre o tema trabalhado, fazer uma pesquisa na internet e assim participar da aprendizagem."

Outro conselho é fazer as atividades em conjunto com os meninos e meninas. "Não adianta estar em casa, mas ficar ao telefone ou na internet." Maria Anita aconselha os pais a criarem um calendário em conjunto com os filhos. Isso facilita o planejamento da família e deixa claros os horários e dias em que as crianças terão atenção integral. Fazer brincadeiras no trajeto da escola também pode ser um auxílio. O filho pode fazer um jogo sobre as cores dos carros ou nomes das ruas. "Percebemos que a aprendizagem fica mais difícil quando não há esta retaguarda familiar. E isso interfere não só na cognição, mas também na parte emocional, porque os meninos e meninas ficam inseguros. Uma criança segura enfrenta qualquer desafio."

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