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Doença

País registra transmissão de nova febre

Até ontem, Ministério da Saúde tinha registrado apenas casos “importados” do vírus chikungunya, um primo da dengue

Pela primeira vez na história, o país registrou transmissão do vírus chikungunya em território brasileiro. A febre chikungunya, conhecida como a "prima da dengue", também é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Segundo informou o Ministério da Saúde, ontem, dois casos – de um pai de 53 anos e sua filha de 31 anos – foram confirmados em Oiapoque (AP); e tudo indica que não são casos importados.

"Como eles não relataram viagem a nenhum país que tenha transmissão, estamos considerando dois casos autóctones", afirmou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério. Até então, o país tinha sido informado sobre 37 casos "importados", ou seja, em pessoas que foram infectadas no exterior. Antes de 2014, o Brasil só havia registrado três casos "importados" da doença, todos em 2010.

Nenhuma morte foi registrada pelo chikungunya no país. Os sintomas de dengue e chikungunya são muito parecidos, incluindo febre, mal estar, dor de cabeça e dores nas articulações – no chikungunya, essas dores podem se prolongar por três meses.

De acordo com Barbosa, a febre chikungunya raramente se torna um caso grave, o que pode acontecer em idosos com comorbidades, como câncer e cardiopatias graves.

Barbosa diz que será difícil conter a infecção pela doença, o que outros países também não conseguiram – casos já foram registrados em quase todos os países do Caribe, nos Estados Unidos, na Venezuela, Guia­na, Panamá, além da transmissão já consolidada em países da Ásia e África.

Assim como a dengue, a transmissão dessa febre se concentra nos verões com chuva, ou seja, entre janeiro e maio no Brasil. E a prevenção é a mesma, com eliminação de focos de água parada, em que pode haver reprodução dos mosquitos. Como diferença, o chikungunya tem apenas um tipo, enquanto a dengue tem quatro. Barbosa afirma ser difícil prever o comportamento do novo vírus no curto prazo. "Em saúde pública, sempre nos preparamos para o pior cenário. O que é isso no momento? Se houver proliferação de mosquito, pode haver [muita transmissão]. Pode ser que não ocorra no verão de 2014 para 2015, mas de 2015 para 2016. Mas não vale a pena apostar no chikungunya."

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