São Paulo - O Pantanal mato-grossense experimenta, em 2009, o período mais seco dos últimos 35 anos e as mudanças climáticas podem tornar esse tipo de fenômeno mais recorrente nas próximas décadas. O alerta é do pesquisador da Embrapa Pantanal Ivan Bergier. As informações são da Agência Brasil. "Este ano será bastante atípico. Vai se realmente seco. Já temos detectados focos de incêndio e a incidência de queimadas deve ser alta até o fim do ano", afirma Bergier.
Entre 1974 e 2008, o nível do Rio Paraguai se manteve sempre alto, na faixa entre 3 e 5 metros. Este a ano a projeção dos especialistas é de que fique abaixo dos 3 metros. A última seca prolongada na região ocorreu entre os anos de 1963 e 1973. Não é possível afirmar que vá se repetir um ciclo parecido. O prognóstico indica até um aumento de precipitação na região até 2050. Entretanto, também não permite descartar a preocupação com novas situações atípicas.
"Hoje estamos vendo um ano muito seco e daqui para frente é uma incógnita. Pode haver manutenção de níveis máximos, mas as mudanças climáticas podem ter outros efeitos aqui (no Pantanal) como o aumento da ocorrência de eventos extremos", diz o pesquisador.
As chuvas acima da média histórica no Norte e Nordeste estão relacionadas, segundo Bergier, ao fenômeno La Niña, que amplifica as chuvas naquelas regiões e, ao mesmo tempo, torna o clima mais seco na região Sul. As causas da seca vigente no Pantanal ainda não estão claramente detectadas.



