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Os números alarmantes de acidentes envolvendo crianças parecem não ter sensibilizado os pais a ponto de ocorrer uma mudança de atitude. Estudos internacionais mostram que, em 90% dos casos, os acidentes envolvendo crianças podem ser evitados. Uma pesquisa qualitativa divulgada pela ONG Criança Segura revela, entretanto, que a percepção das mães é de que os acidentes "seriam quase que (ou ao menos na maioria das vezes) inevitáveis, fatalidades". De modo geral, a idéia é que "por mais que tomem cuidados e medidas preventivas, a criança não estaria livre" de se envolver em um acidente.

O estudo mostrou também que as mães demonstraram maior preocupação com a violência. De acordo com a percepção delas, "de modo geral, independentemente da idade dos filhos, acidentes sempre tendem a ser percebidos como acontecimentos isolados e/ou menos graves/preocupantes do que questões relacionadas a violência, por exemplo".

O resultado não surpreendeu quem trabalha diariamente com o assunto. "Percebemos no dia-a-dia do nosso trabalho que a prevenção não é um foco da sociedade. Para tentar mudar isso trabalhamos em três pontos estratégicos: comunicação (alerta público), políticas públicas (campanha pela modificação da legislação da cadeirinha, por exemplo) e pela mobilização de multiplicadores", afirma a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Luciana O’Reilly. "Isso tudo não é uma responsabilidade só da família, é de toda a sociedade", complementa Luciana.

Essa percepção das mães mostrada pela pesquisa é percebida também pelo chefe do Trauma Pediátrico do Hospital Vita Curitiba, Marcelo Ribas. "As mães e os pais, de forma geral, acham sempre que é uma fatalidade. Na verdade, o acidente é um conjunto de fatores: a idade, o ambiente, se há algum responsável junto com a criança, se a criança recebe orientação, se ela é transportada de forma correta etc. Os pais precisam de olho clínico", diz.

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