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Foz do Iguaçu – A Ponte da Amizade foi fechada mais uma vez, nesta segunda-feira, por paraguaios em protesto contra a apreensão de veículos com mercadorias contrabandeadas em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. O bloqueio, sem incidentes, tem um alvo certo: a reunião do grupo bilateral Brasil e Paraguai, nesta terça, em Brasília. Se o encontro não resolver o impasse, os manifestantes prometem manter o tráfego na fronteira bloqueado por tempo indeterminado.

O fechamento ocorreu às 7 horas, após rápida passeata dos manifestantes pelo centro comercial. O governador do departamento (estado) de Alto Paraná, Gustavo Antonio Cardozo, e o prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarías Irún, encabeçaram a caminhada. Os dois estarão na reunião desta terça-feira com representantes do governo brasileiro.

Os trabalhadores colocaram automóveis na cabeceira da aduana e amarraram faixas na ponte exigindo a saída do Paraguai do Mercosul. Paraguaios que apresentaram carteira de identidade entraram no país, mas brasileiros foram orientados a ficar em Foz para evitar que fossem retidos no território vizinho ou até que sofressem agressões físicas.

As lojas amanheceram fechadas e a Vila Portes, bairro comercial próximo da aduana brasileira, amargou mais um dia de prejuízo. O possível fechamento da travessia ao longo da semana ainda pode prejudicar o abastecimento da Ceasa em Foz.

A audiência desta terça no Itamaraty é vista como a chance mais concreta dos dois países chegarem a um entendimento. A pauta prevê o debate do acordo assinado em 1.º de abril de 2005, que estabelece o aumento de US$ 150 para US$ 300 da cota de compras com isenção de impostos e maior rigor por parte do governo paraguaio no combate ao contrabando. Na semana passada, o cônsul do Brasil em Ciudad del Este, Antônio Fernando Cruz de Mello, adiantou ao prefeito Javier Zacarías Irún a disposição brasileira de retomar a antiga cota porque o Paraguai não estaria coibindo a ilegalidade na fronteira.

Para a professora Angela Maria Tsatlogiannis, especialista em Direito Internacional das Faculdades Integradas Rio Branco, está claro que o Paraguai apreendeu os 185 veículos brasileiros em represália às apreensões de 29 carros e motos paraguaios. "É uma forma arbitrária de agir", opina. Para ela, é possível chegar a uma solução diplomática. "Um acordo bilateral de reciprocidade supera o regulamento aduaneiro. Não interessa nem a um, nem a outro manter um conflito, uma relação melindrada entre países irmãos", explica.

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