Ponta Grossa O número de Unidades de Conservação coloca o Paraná numa situação privilegiada no cenário da preservação ambiental do Sul do país. Mas, se for avaliado o nível da proteção, o estado perde para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Paraná possui 1,2 milhão de hectares protegidos por lei, mas em apenas 5% deles a biodiversidade está totalmente assegurada. Nessas áreas estão instalados os parques de proteção integral, onde só são permitidos ações de educação ambiental e lazer. Nas demais regiões, o uso é sustentável, onde a exploração econômica é permitida, sob controle do estado.
Com a criação de duas novas áreas integrais, há uma semana, o Paraná passou a ter 61 unidades, que ocupam 6% da área do estado. Já Santa Catarina, com seus dez parques representam 1,1% da área, e as 18 unidades do Rio Grande do Sul ocupam 0,5%. Entretanto, a conta do Paraná leva em consideração as duas modalidades de preservação, integral e a sustentável, enquanto que os outros estados contam somente com as áreas integrais. "Não podemos colocar nessa conta as unidades onde a exploração econômica, mesmo que restrita, exista", afirma o assessor técnico do Ministério do Meio Ambiente, Maurício Savi. Quando a comparação é feita em pé de igualdade, o Paraná cai para o terceiro lugar, com apenas 0,3% de sua área destinada a proteção integral da biodiversidade.
Segundo coordenador do Núcleo Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente, Wilgold Schaffer, somente nas áreas de conservação integrais é que se tem a certeza de que a biodiversidade estará protegida. No Paraná, 34 parques se enquadram nesta categoria e juntos formam uma área de 69 mil hectares. As mais famosas são a Estação Ambiental Ilha do Mel, Parque Estadual de Vila Velha (Ponta Grossa) e Parque Estadual do Guartelá (Tibagi).
Avanços
Para Schaffer, a criação de unidades de proteção sustentável não deve desconsiderada. Segundo ele, esse é o primeiro passo para a preservação total. "O Paraná está indo bem nessa questão e certamente evoluirá mais", diz. O Parque Estadual de Santa Clara, nos municípios de Candói, Foz do Jordão e Pinhão (região Central), criado no dia 15 de maio, é um exemplo da atuação do estado. Embora seja uma área pequena, o parque concentra um dos últimos resquícios brasileiros da Araucária. "Mas é preciso ir além. O Paraná ainda tem áreas preservadas que devem ser colocadas em proteção", afirma.
O Monumento Natural Gruta de Lancinha, em Rio Branco do Sul, preservará a 3.ª maior caverna paranaense e a terceira maior em diversidade biológica do país. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) tem cinco anos para elaborar o plano de manejo dos novos parques, mas o gerente da unidade de conservação da região de Guarapuava, Otávio Manfio, responsável pelo Parque de Santa Clara, pretende abrir a unidade para a visitação pública dentro de dois anos.



