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O Paraná aparece em dois lados opostos no Terceiro Relatório de Direitos Humanos do Brasil com relação a crimes ligados a preconceito, os homicídios de homossexuais e negros. O estado concentra a metade dos assassinatos de gays, lésbicas e travestis, com 13 dos 26 casos da Região Sul no anos de 2003 a 2005. O crime se tornou constante no estado nas últimas três décadas, segundo dados do Grupo Gay da Bahia. Foram 105 homicídios por homofobia entre os anos de 1975 e 2005. Mas o Paraná não segue a tendência nacional de assassinatos de negros, 54% no Brasil (244.452 homicídios por cor/raça), contra 18% no estado (11.385 homicídios cor/raça).

As informações, a partir do ano 2000, constam no estudo feito pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), que revela o aumento da violação de Direitos Humanos com relação à vida e à segurança no país. Em 2004, por exemplo, 48.374 pessoas morreram no país vítimas de agressões (27,11/100 mil habitantes), sendo 18.599 das vítimas jovens na faixa etária de 15 a 24 anos (51,68/100 mil habitantes). A USP usou no estudo dados de governos estaduais e organizações não-governamentais (ONGs).

Levantamento

No caso dos homicídios contra homossexuais, os dados sobre a homofobia (aversão a homossexuais) são parciais. Isso porque o levantamento é feito pelo Grupo Gay da Bahia a partir de notícias da mídia e internet, como ações de skinheads, grupos neonazistas e outros. Desta forma, 360 casos foram contados extra-oficialmente de 2003–2005, mas mesmo assim, o país lidera esse tipo de delito. "Embora não tenha estatísticas oficiais, apesar da subnotificação (nem todos os casos são registrados), o Brasil não é o país mais homofóbico do mundo, ainda que seja o campeão mundial de as-sassinatos de homossexuais, seguido do México e dos Estados Unidos", afirmou Luiz Mott, fundador do grupo baiano. Há países em que a homossexualidade é punida com pena de morte.

Para se ter uma idéia da violência contra os homossexuais, Curitiba registrou cinco mortes por homofobia no ano passado. Segundo o Grupo Esperança, organização não-governamental (ONG) de direitos humanos que trabalha com populações mais vulneráveis na capital, a maioria ocorreu a tiros ou facadas, com muita violência e características de crime insolúvel. "Nenhum autor foi identificado", disse a assistente social da ONG Luciane Baptista. O grupo acompanha as investigações das mortes e outras agressões, como as sofridas pelo travesti Andrielly Vogue.

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