O Paraná é o quinto estado do país onde a polícia mais matou em serviço em 2013. A cada 100 mil habitantes paranaenses, foi registrada 1,4 morte por policiais militares ou civis em serviço. O estado fica atrás do Rio de Janeiro (2,5), Bahia (2,1), Pará (1,9) e São Paulo (1,5). Os dados são da 8.ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado hoje pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
INFOGRÁFICO: Confira o número de mortos por policiais no Brasil
Se considerados os números absolutos de mortos pela polícia, o Paraná registrou 151 óbitos em 2013. São Paulo lidera com 635 mortes, seguido do Rio de Janeiro, com 416 mortes, Bahia, que soma 313 mortes, e Paraíba, com 152 óbitos. Se levados em conta apenas as mortes causadas por policiais militares em serviço, o Paraná é o segundo estado que mais registrou ocorrências, empatado com o Pará (com 1,3 morte a cada 100 mil habitantes) e na frente da Bahia (1,6).
O exemplo mais recente dessa estatística em Curitiba é o caso da estudante Bárbara Silveira Alves, 16 anos, que morreu vítima de uma bala perdida de um suposto confronto entre policiais e criminosos, no bairro Santa Cândida, quando saía da escola, no início de outubro. Laudo do Instituto de Criminalística comprovou que a bala saiu da arma de um dos policiais.
Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cesar Bueno, é necessária uma atuação mais inteligente e preventiva por parte da polícia. "Mas os números vão na contramão e mostram que a polícia está mais violenta", afirma o professor. "Uma das causas está na própria cultura e educação da sociedade, que autoriza o estado a matar em seu nome cada vez mais frequentemente. É um desafio que só pode ser superado com educação e cultura", ressalta Bueno.
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