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O Paraná é o estado brasileiro campeão em apreensões de maconha, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No primeiro semestre de 2011, 8,7 toneladas da droga foram retidas nas rodovias federais. O número representa 58% do total de apreensões em todo o País.

A quantidade é menor que no mesmo período de 2010, quando as autoridades responsáveis contabilizaram 23 toneladas do produto. O valor alto no ano anterior ocorreu, entretanto, por causa de uma apreensão recorde de 21,7 toneladas em Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste do Estado, em junho. "Sem essa ocorrência, perceber-se que o valor na verdade aumentou na comparação dos períodos", disse o assessor de comunicação da PRF, inspetor Wilson Martines. Em 2009, nos seis primeiros meses no ano, a PRF contabilizou 7,1 toneladas.

Desde 2010, o Paraná está à frente do Mato Grosso do Sul nos índices. O estado do Centro-Oeste do Brasil até 2009 era o líder em apreensões no País. De acordo com Martines, o Paraná passou a ser mais procurado pela logística. "Os traficantes utilizam o Estado pela fronteira com dois países (Paraguai e Argentina) e pelas estradas federais, principalmente a BR-277".

Os números também cresceram na apreensão de outras drogas. De acordo com a PRF, houve aumento de praticamente 400% na retenção de crack em dois anos no Paraná. No primeiro semestre de 2009, a quantidade era de 119 quilos; no mesmo período de 2010 o número saltou para 240,6 e aumentou para 517,5 quilos nos primeiros seis meses de 2011.

A apreensão de cocaína aumentou seis vezes em dois anos. Até a metade do ano de 2009, o índice era de 45,6 quilos da droga; no mesmo período de 2010 o índice pulou para 113,9 e para 275 quilos no primeiro semestre de 2011.

Cidades próximas à fronteira com Paraguai e Argentina são as líderes do estado em apreensões. Segundo a PRF, as principais rotas encontram-se também em municípios às margens das rodovias federais, como Foz do Iguaçu e Cascavel, cruzados pela BR-277.

Rotas alternativas

Segundo o inspetor, os traficantes sempre utilizaram as estradas federais, mas agora passaram a optar por desvios para despistar a ação da Polícia. "A procura agora se estende principalmente por vias rurais e vicinais". Casos como o de Assis Chateaubriandno Oeste do Estado, em que a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) fez a maior apreensão do ano de crack nesta quinta-feira (28), já são esperados pela PRF, de acordo com Martines.

Outra forma de burlar a fiscalização, segundo o inspetor, é a utilização de carros de luxo, guiados por mulheres acompanhadas de crianças. "Muitas vezes os pais escondem as drogas com os filhos". Até 2010, segundo ele, era mais comum ocorrer apreensões em carretas com cargas de alimentos.

Martines comenta que, a partir de 2010, a PRF passou a utilizar serviços de inteligência e tecnologia avançada nos trabalhos de apreensão. As equipes da Polícia Rodoviária Federal contam com o auxílio de operações da Polícia Federal, Receita Federal, além de Polícia Civil e Militar. Esses profissionais transmitem informações sobre pessoas e veículos suspeitos para ocorrer a retenção.

O inspetor relata ainda que o aumento das apreensões, em vista do trabalho da PRF, contradiz com o efetivo de profissionais. "O número de policiais nas fronteiras está aquém do necessário, mas mesmo assim tentamos melhorar as operações".

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