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Para resolver o déficit habitacional, o Paraná precisa construir 260.648 novas casas, ou seja, um número maior de residências do que possui a cidade de Londrina, que é a segunda maior do estado. No Brasil, são necessários 7.222.645 domicílios para zerar o déficit. Não ter uma casa decente para morar é problema comum principalmente entre as famílias com renda inferior a R$ 1.050 (três salários mínimos). Os indicadores são da Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, e se baseiam no censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos últimos três anos, a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) atendeu a 61.215 famílias em programas urbanos, rurais e indígenas. Já a Caixa Econômica Federal, maior financiadora habitacional do país, informa ter aplicado R$ 776 milhões em financiamento no estado, atendendo a 34 mil famílias, entre janeiro e outubro desse.

Mesmo quem consegue as chaves da casa própria não encontra uma solução definitiva. Os projetos voltados à baixa renda são desenvolvidos quase sempre na periferia, onde os serviços públicos são insuficientes para atender a demanda. O engenheiro civil Larocca Júnior avalia que a tendência das cidades sulistas é estender os loteamentos para as regiões periféricas. Para Larocca, isso esconde "um sentimento de segregação social" com relação à população carente.

Conforme o engenheiro, os gestores municipais acreditam que é mais barato implantar um loteamento no subúrbio pelo valor do terreno. Mas, na avaliação dele, a centralização e a conseqüente ocupação dos lotes vazios acarretariam menos custos para as prefeituras em infra-estrutura.

Impostos

O setor da construção civil oferece pouca oferta de imóveis para a população de baixa renda devido, principalmente, à carga tributária. Os impostos incidentes sobre o preço de uma casa popular são equivalentes a 42,87% do valor pago pelo comprador. A conclusão é apontada em um estudo da assessoria econômica do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) do Paraná revisado em setembro deste ano.

Pensando nisso, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) desenvolveu em 2002 um projeto piloto, que consistiu na construção de 30 mil unidades no país da Casa 1.0, nome dado em referência aos carros populares. Construída com blocos de concreto, adotando o sistema semi-industrializado de montagem, a casa é concluída em menos tempo, economizando dinheiro com mão-de-obra.

Além de protótipos na Universidade Federal do Paraná e na Universidade Estadual de Londrina, há 300 unidades da Casa 1.0 construídas em Foz do Iguaçu. Para o gerente institucional da ABCP, Mário William Esper, a Casa 1.0 é um conceito de moradia. "São casas ou apartamentos acessíveis à baixa renda", acrescenta, observando que há no Paraná 2.350 unidades que usam o conceito de Casa 1.0.

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