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Gripe H1N1 já matou duas gestantes no Paraná este ano | Felipe Rosa / Gazeta do Povo
Gripe H1N1 já matou duas gestantes no Paraná este ano| Foto: Felipe Rosa / Gazeta do Povo

Com a chegada antecipada dos primeiros casos de gripe H1N1 e a epidemia prolongada de dengue no estado, existe a preocupação com a sobrecarga do sistema público. O Lacen-PR, laboratório do estado que atua para diagnosticar casos de dengue, zika e chikungunya também deve passar a receber os exames para o diagnóstico do vírus H1N1, o que pode aumentar a demanda do sistema.

DENGUE X GRIPE H1N1

Em muitos sintomas, as duas doenças se parecem. Saiba diferencia-las:

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Mas, de acordo com a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa), a área está atenta ao aumento do número de casos. Treinamentos serão intensificados para o atendimentos. A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba também afirmou que o sistema municipal deve dar conta dos casos e há um plano de contingência preparado para um possível surto de gripe H1N1.

No Paraná, foram confirmados 60 casos da gripe. Já são 22 casos graves da doença, nos quais os pacientes precisaram de internamento. Duas pacientes gestantes já morreram vítimas da gripe H1N1 - uma em São José dos Pinhais (RMC) e uma em Maringá, onde está o maior número de casos da doença no Paraná. Na regional de Maringá, que atinge 30 municípios, foram 14 de janeiro até agora. A regional também sofre com a dengue - desde agosto de 2015, foram registrados pouco mais de 2 mil casos confirmados da doença.

Já a situação da dengue é grave por todo o estado. Até agora, 289 dos 399 municípios têm casos confirmados e 44 já vivem com a epidemia da doença, quando a incidência passa de 300 infectados por 100 mil habitantes. Desde agosto do ano passado, mais de 20 mil casos de dengue foram confirmados. Além da dengue, outras duas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti - a zika e a chikungunya, também circulam pelo estado. São 223 e 46 casos, respectivamente.

Treinamentos intensificados

De acordo com a chefe do Centro Estadual de Epidemiologia da Sesa, Julia Cordelini, a secretaria se organiza para enfrentar as duas doenças com base nos dados fornecidos pelas regionais de saúde e com grupos de trabalhos específicos para cada uma. No caso da dengue, a vigilância ambiental continua a operação buscando focos do mosquito e a coleta dos dados, enquanto na gripe H1N1, a secretaria acompanha os casos por meio das Unidades de Sentinela e da circulação viral. “Ainda nem saímos da preocupação com a dengue e já entramos na H1N1, portanto estamos reunindo e alertando os profissionais para que aumentem a vigilância e preparando para que saibam como agir em cada caso”, afirma.

Sobre uma possível sobrecarga do Lacen-PR por conta dos testes de confirmação da gripe H1N1, a chefe da Sesa afirmou que o cumprimento da demanda é satisfatória, mas que, se for necessário, ações serão tomadas para aumentar o número de exames. “É impossível prever quantas pessoas devem ter a gripe no Paraná. Até agora, o Lacen está dando conta e se organizando para atender uma demanda maior”, diz.

Curitiba

Em Curitiba, já foram registrados três casos de gripe H1N1, todos sem gravidade. A dengue, porém, atingiu 380 casos importados e sete casos autóctones, quando a doença é transmitida dentro do próprio município. Esse é o maior número de casos autóctones desde 2000, quando se iniciou a série história da doença na capital.

De acordo com o Secretário Municipal da Saúde, César Monte Serrat Titton, com a situação em outras regiões do estado, a cidade preparou um plano de contingência para atender os casos de dengue, que até agora não precisou ser utilizado. Já para um possível surto de gripe A, ainda não há indicativos de que o número de casos deva ultrapassar a capacidade de atendimentos do município. “Curitiba já tem uma expertise no tratamento da influenza e o monitoramento mostra que, em comparação com outros anos, ainda estamos abaixo da média de casos”, afirmou o secretário. Ainda de acordo com Titton, se houver necessidade, o plano de contingência poderá ser usado.

Atenção especial no atendimento

Por ter uma base parecida de sintomas, como náuseas, vômitos, cansaço e dor no corpo, os profissionais devem estar atentos para os que diferenciam a dengue da gripe H1N1 por meio da entrevista clínica, exame físico e para a situação epidemiológica local.

De acordo com Julia Cordenlini, o cuidado deve ser tomado desde o atendimento, onde deve-se analisar qual é o perfil e o número de casos enfrentados na localidade. “No caso da dengue, isso está bem mapeado. É preciso que o profissional esteja atento na hora do diagnóstico”, afirmou.

Para César Titton, o diagnóstico diferencial, por meio da entrevista clínica e exame físico, é o suficiente para que se saiba qual tipo de doença se apresenta no paciente. “Em alguns casos é preciso um exame para confirmação. No caso da gripe, o exame laboratorial não é essencial, já que o tratamento cobre qualquer tipo de influenza, seja ela H1N1 ou não”, explicou.

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