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Antônio Fernando de Souza é o "paranaense" da moda

Brasília – O "paranaense" da moda no cenário nacional não é político, artista ou jogador de futebol. Nascido em Fortaleza (CE), o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, foi criado em Curitiba, onde fez carreira e com a qual mantém o vínculo. A notoriedade surgiu graças à independência em relação ao presidente Lula, responsável pela sua nomeação, em 2005.

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O julgamento

• Hoje

O ministro do STF Joaquim Barbosa, relator da denúncia, lerá seu relatório de cerca de 50 páginas.

O procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, autor da denúncia, descreverá os oito crimes imputados aos 40 acusados: formação de quadrilha; falsidade ideológica; peculato; corrupção ativa; corrupção passiva; lavagem de dinheiro; gestão fradulenta; evasão de divisas.

Os advogados dos 40 denunciados apresentarão as defesas.

• Amanhã

Joaquim Barbosa vai expor aos demais ministros questões preliminares suscitadas pela defesa dos acusados e apresentar seu voto, que tem cerca de 400 páginas. A leitura deve demorar 8 horas.

• Sexta-feira

Os demais ministros darão seus votos. Se a denúncia for recebida, aí ela se tornará ação penal e os acusados responderão como réus.

Como acompanhar a sessão

Toda a sessão será transmitida ao vivo pela TV Justiça. GloboNews pretende transmitir os principais momentos. Record e Band devem transmitir flashes.

Dois anos depois de serem apontados como protagonistas do escândalo do mensalão, a vida não está nada ruim para três dos paranaenses envolvidos no episódio. José Janene, José Borba e Emerson Palmieri continuam ligados à política. O primeiro se aposentou como deputado federal, mas ainda exerce um cargo expressivo no PP. Borba renunciou ao cargo na Câmara Federal, mas tem pretensões de se candidatar já no ano que vem. E Palmieri passou de tesoureiro para 1.º secretário nacional do PTB. Mesmo atuantes, saíram da mídia e seus nomes só voltaram à tona agora, com a divulgação da lista de 40 acusados que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a partir de hoje.

Quando foi procurado pela Gazeta do Povo, ontem, o ex-deputado federal e ex-líder do PMDB na Câmara Federal, José Rodrigues Borba, estava em Brasília. Ele mantém um escritório político na capital, apesar de não ter conseguido a reeleição no ano passado. Além de acompanhar os bastidores do poder, prestando consultoria a prefeitos, o ex-deputado continua como agropecuarista na região de Umuarama.

Borba, que começou na política como prefeito de Jandaia do Sul, na Região Norte do estado, está prestes a deixar o PMDB, por causa de divergências com o governador Roberto Requião. Nos últimos dias ele acenou com a possibilidade de disputar novamente a prefeitura de Jandaia do Sul e, para isso, deve se abrigar em outra legenda.

Borba já preparou a defesa no julgamento do STF. O ex-parlamentar é acusado de receber R$ 2,1 milhões repassados pelo publicitário Marcos Valério. "Não quero falar a respeito disso à véspera da sessão. Acho que tudo é especulação e meu desejo é de que a denúncia não seja acatada", comenta Borba. Quanto ao episódio do mensalão, ele afirma que não se arrepende de ter renunciado para evitar a eventual cassação. "Minha situação era diferente dos demais, levando em conta as dificuldades que o PMDB do Paraná impôs contra mim", avalia.

Saúde

O ex-deputado federal José Janene (PP) também acompanha atento o desenrolar do processo em Brasília. "Já era prevista. Até demorou", diz. Ele foi acusado de receber R$ 4,1 milhões do esquema do mensalão. "Tem uma bancada de advogados em Brasília cuidando disso. Eles é que estão tratando de tudo. Quando tiver que depor em Brasília, se tiver condições, eu vou. Se não, apresento por escrito. Agora a atenção é 100% saúde", complementa. Aposentado por invalidez após três mandatos (12 anos) e recebendo R$ 12,8 mil por mês, Janene se prepara para fazer o terceiro transplante de célula-tronco. Ele sofre de miocardiopatia dilatada grave, doença que compromete a parede muscular dos ventrículos e faz com que eles não consigam bombear sangue.

"Semanalmente tenho viajado a São Paulo e Curitiba para me submeter a exames. Estou esperando aprovação do Conselho Nacional de Saúde (de Ética e Pesquisa) para aprovar o transplante, que é experimental. Não posso fazer exercícios aeróbicos, não posso carregar meu filho de 3 anos, estou tomando 23 comprimidos por dia, sendo 3 Lasix, que é um diurético pesado. Faço exame de sangue, para verificar tudo, a cada 45 dias. A vida está muito complicada", afirmou.

O ex-deputado é 1.º tesoureiro da Executiva Nacional do PP, mas diz que está afastado de qualquer atividade partidária. Questionado se a carreira política dele estava encerrada, o ex-deputado afirma: "Que opção se faz entre a vida e uma carreira? Eu tenho a vida, eu tenho um filho de 3 anos, eu tenho que cuidar da minha saúde."

Emerson Palmieri também está com problemas de saúde. Disse à reportagem da Gazeta do Povo que fez uma cirurgia no estômago há quatro dias e que, com muitas dores, não poderia conceder entrevista. Na condição de tesoureiro do PTB, Palmieri teve papel preponderante nas investigações do mensalão, acusado de distribuir R$ 21,4 milhões para deputados petebistas. Em depoimento à CPI, ele confirmou que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, sabia do esquema.

Dois anos depois, Palmieri é 1.º secretário do partido e tem uma sala na sede da legenda. Embora nunca tenha disputado cargo eletivo, é considerado um dos mais poderosos articulistas do PTB. E a função que exerce hoje exige que muitas decisões importantes do partido, e não apenas o dinheiro, passem por ele.

Além dos três políticos, a lista de indiciados traz ainda o nome do paranaense Henrique Pizolatto, que foi superintendente do Banco do Brasil.

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