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Abastecimento

Paranaguá questiona concessionária de água

Interrupção de fornecimento por três dias seguidos expõe suposta irregularidade no cumprimento do contrato, que pode ser rompido

Moradores de Paranaguá enfrentaram três dias sem água. | Débora Mariotto Alves
Moradores de Paranaguá enfrentaram três dias sem água. (Foto: Débora Mariotto Alves)

A empresa concessionária dos serviços de água e esgoto de Paranaguá, no Litoral, a CAB Águas de Paranaguá, pode perder o direito sobre o saneamento da cidade. Segundo o órgão que fiscaliza a prestadora, a Companhia de Águas e Esgotos de Paranaguá (Cagepar), há indícios de irregularidades na prestação do serviço.

A prefeitura de Paranaguá, maior acionista da Cagepar, afirmou que a concessionária não tem plano de contingenciamento, que deveria ser executado em situações de emergência. No final de julho, os moradores ficaram sem água durante três dias devido a problemas durante uma manutenção.

A Cagepar alega que solicitou o plano de contingência por diversas vezes, mas não teve êxito. Diante disso, o município informou que notificaria a CAB. “Há grandes chances de a CAB vir a ser penalizada, podendo inclusive pagar multa pelo descumprimento de seus deveres contratuais e, dependendo do trâmite dos procedimentos, sofrer sanção mais grave”, informou a prefeitura.

O contrato de concessão dos serviços de saneamento prevê a necessidade de armazenamento de água para “situações atípicas”, como foi classificado o desabastecimento durante a manutenção da rede. Também faz parte do acordo “adequar a capacidade de produção de água a fim de minimizar riscos de interrupções no abastecimento durante manutenção do sistema”.

A reserva da água, assim como a eficácia no atendimento ao consumidor, estão previstas no plano de contingência que a CAB garante possuir. Segundo a empresa, foi por causa das ações do plano que o impacto do desabastecimento não foi ainda maior.

“Primeiro, se ela [a CAB] tem o plano, deveria ter entregue. Mas, se ela tem, é ineficiente, porque não funcionou. Segundo, se não tem, é muito grave”, afirma Mario Luiz Antonello, presidente da Cagepar, sobre os desconfortos gerados pelos dias com o abastecimento prejudicado. De acordo com o órgão fiscalizador, a concessionária deveria ter um reservatório para atender a cidade por aproximadamente oito horas, mas só consegue manter o fornecimento por até duas horas e meia. O contrato não determina a capacidade de reservação, mas ressalta que o abastecimento precisa ser normalizado no menor tempo possível. O contrato cita a extinção do acordo caso os serviços sejam prestados de forma inadequada ou ineficiente. Em tese, o contrato termina em agosto de 2045.

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