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Brasília, Rio e São Paulo – Parentes e amigos que aguardavam o vôo 1907 da Gol no saguão do Aeroporto de Brasília souberam do acidente com a aeronave pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, às 20h40m. Logo depois, foram levados pela Gol para um prédio da Infraero, localizado a cerca de 80 metros do aeroporto. O comunicado oficial sobre o acidente foi divulgado apenas às 21h50m, quando o gerente de Segurança Aeroportuária da Infraero, Paulo Albano de Godoy Penteado, leu uma nota.

Lacônico, o texto informava apenas que a aeronave havia decolado às 14h30m e, às 16h48m, perdera contato com a torre. Nesse momento, o avião estava 207 quilômetros ao sul de Cachimbo, povoado do município de São Félix do Araguaia, no Pará.

O clima entre os presentes era de revolta, com a falta de informações, e desespero, com a possibilidade de os passageiros estarem mortos. A Gol tentava acalmar os ânimos, servindo barras de cereais e água.

"Eu estava no aeroporto desde as 18h. Lá pelas 20h30m, trouxeram a gente para cá, sem qualquer informação. Meus filhos, que estavam em casa, souberam pela TV antes de nós, que estávamos no aeroporto. É um absurdo", indignou-se Eliete Monteiro, que aguardava o marido, que viajara a trabalho.

Às 22h30m de sexta, havia cerca de 200 pessoas na sala reservada pela Gol para abrigar parentes e amigos dos passageiros do vôo 1907. Não paravam de chegar pessoas, muitas chorando. A maioria trocava informações, muitas delas desencontradas, obtidas em agências de notícias na internet.

Durante toda a noite, o clima foi de apreensão também no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, onde parentes buscavam informações sobre os sete passageiros que embarcaram em Manaus no Boeing 737 da Gol que desapareceu, com destino ao Rio de Janeiro.

Os parentes se misturavam às famílias de outros passageiros que deveriam ter embarcado no 737-800 em Brasília e acabaram sendo transferidos para outra aeronave. O avião chegou ao Tom Jobim por volta das 22h, com quase duas horas de atraso. Às 22h30m, os parentes dos desaparecidos foram levados para uma sala VIP da Infraero.

Morador de Macaé, Carlos Henrique Moraes de Souza, de 42 anos, contou que a mulher, Maria Auxiliadora, viajou para Manaus para participar dos funerais da mãe. Ele disse que a mulher deveria ter retornado antes, mas não foi possível. "O pior de tudo é a falta de qualquer informação sobre o que realmente aconteceu", desabafou.

A Gol abriu uma linha telefônica para dar informações a parentes e amigos, 0800-2800749.

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