Recife A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) está presente em diferentes níveis de organização em sete estados, além de São Paulo. A constatação é da CPI do Tráfico de Armas da Câmara, que investiga o comércio ilegal de armamentos e munições no país. Os grupos mais estruturados fora de São Paulo atuariam em Mato Grosso e no Paraná. Nesses locais, os criminosos contariam com bases consolidadas em presídios e já estariam nas ruas disputando mercado no tráfico de drogas e armas.
"Células do PCC também estariam em Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, disse o sub-relator da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
Os deputados teriam constatado ainda o uso de "táticas de guerrilha semelhantes às das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) por quadrilhas do sertão de Pernambuco e da Bahia. Os métodos de combate, porém, teriam sido repassados pelo CV (Comando Vermelho), uma das principais facções ligadas ao crime do Rio de Janeiro.
Para a CPI, a prisão de integrantes da facção criminosa é importante, mas ao mesmo tempo representa um risco, se o preso for mantido em celas comuns. "O primeiro movimento do PCC é o controle carcerário, disse Jungmann.
Segundo ele, informações da polícia paulista indicam que, dos 150 mil presos em São Paulo, cerca de 100 mil são ligados à organização criminosa. "O objetivo dos atentados é claro: combater o regime disciplinar diferenciado nas prisões. O PCC não aceita a transferência dos líderes para não perder o controle carcerário.



