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Resultados dos laudos do Instituto Médico Legal, divulgados nesta segunda-feira (6), reforçam a tese de execução na morte do trabalhador rural Deiviti Maicon dos Santos, 19 anos, por três policiais da Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especiais). A perícia não encontrou resíduos de pólvora nas mãos da vítima. O crime aconteceu no dia 15 de julho em Colombo, na região metropolitana de Curitiba.

O delegado titular da delegacia de Colombo, Hamilton da Paz, afirma que os laudos não foram conclusivos. Não foi possível dizer se a arma foi disparada ou não. O revolver não apresentava aderência de nenhum material, tal com terra, indicando que teria caído no chão. Havia apenas vestígios de feltro. "O material que poderia ser de alguma roupa ou cartucheira", explica o delegado.

Dois inquéritos - um da Polícia Civil e outra da Policial Militar - estão investigando o caso. O delegado disse que já encaminhou o inquérito para a Justiça. A promotora de Colombo Ana Carolina Pinto que conduz o caso disse, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não teve acesso aos laudos. O inquérito da Polícia Militar está sendo acompanhado por um promotor da Procuradoria de Investigação Criminal (PIC) e da Vara da Justiça Militar. Segundo a assessoria da polícia, já foram ouvidas testemunhas e envolvidos e agora aguardam o recebimento dos laudos.

Os acusados - soldados Wilson Clemente, 33, e Leonel Lourenço de Faria Junior, 27, e o cabo Marcos Dorse Marinho, 35 anos, foram soltos no dia 31 de julho. O trio ficou preso pouco mais de uma semana. Os policiais foram mantidos na corporação em trabalhos administrativos, fora das ruas, sem porte de arma e com a obrigação de comparecer a todos os atos do processo.

De acordo com o advogado Rodrigo Damasceno, que representa a família de Deiviti, o resultado dos laudos derruba a versão dos policiais, de que Deiviti teria reagido a abordagem policial. "A versão policial caiu por água abaixo. Sem vestígios de pólvora nas mãos de Deiviti, reforça a tese de que ele não estava armado. Não teve tiro de Deiviti. Agora vamos esperar o resultado dos inquéritos Militar e Civil para tomarmos as providências", explicou o advogado Damasceno.

O caso e suas versões

O trabalhador rural estava na garupa de uma moto pilotada pelo primo e voltava da Festa do Vinho de Colombo, na madrugada de domingo (15), quando levou um tiro na nuca. A versão sobre os fatos ainda não estão esclarecidos. Há duas vertentes – uma dos policiais e outra do primo de Deiviti, Tiago Luiz Machado, que dirigia a motocicleta.

Os militares afirmam que a vítima atirou contra a viatura, depois que o motorista desobedeceu à ordem para parar o veículo. Os policiais apresentaram uma pistola Taurus 380, supostamente de Santos.

Machado, no entanto, diz que nem ele nem o primo estavam armados. Segundo o rapaz, os dois passavam por uma travessa na Fervida, área rural de Colombo, quando viram um carro estacionado no escuro. Ele afirma que não sabia que era a polícia e não parou. Em seguida seu primo teria sido atingido.

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